Em Inglaterra, está na ordem do dia a polémica em relação à existência de «mulheres-árbitro» no futebol. Esta discussão sexista foi levada ao extremo por Mike Newell, treinador do Luton, que descreveu a permissão de ver uma mulher a dirigir um encontro das ligas profissionais como «uma decisão de idiotas politicamente correctos». A fúria do técnico foi tornada pública depois de a sua equipa ter perdido 3-2 com o QPR, numa partida arbitrada pela senhora Amy Rayner que, alegadamente, terá deixado por marcar uma grande penalidade a favor do Luton.
«Ela nem devia ter estado lá. Eu sei que isto é uma afirmação sexista, mas eu sou mesmo assim, um sexista», disparou Newell, que não ficou por aqui nas críticas. «Já é suficientemente mau ter árbitros e assistentes incapazes. Mas, se começarmos a ter mulheres a arbitrar jogos destes, então estamos mesmo perante um grave problema. Isto é futebol profissional, não é um joguinho entre amigos.»
As contundentes afirmações de Newell incendiaram os ânimos e provocaram forte reacção de algumas mulheres do mundo do futebol. Heather Rabbatts, directora executiva do Millwall, foi das mais ásperas. «Foi um comentário incompreensível. É burlesco sugerir que as muheres são geneticamente incapazes de ser boas árbitras», adiantou.
Também a Federação Inglesa de Futebol (FA) veio defender a juíza em questão. «A senhora Rayner é uma das nossas melhores profissionais e merece todo o respeito enquanto árbitra.»