O antigo árbitro internacional Duarte Gomes considerou que as falhas recentes nos testes do vídeo-árbitro no Mundial de Clubes são normais.

«É normal que aconteçam agora algumas pequenas falhas e também algumas demoras a mais nas decisões que são tomadas», começou por dizer à margem de uma conferência realizada na Universidade Europeia, em Lisboa.

«A ideia é durante estes dois anos ir aperfeiçoando, para que em 2018, quando isto for apresentado como uma proposta definitiva, já esteja tudo limado no sentido de correr bem», apontou ainda o ex-juiz, mostrando-se compreensivo para com os erros dos árbitros durante este período de aperfeiçoamento da tecnologia. «Esta tecnologia é nova para os árbitros, pois nunca trabalharam com este sistema», defendeu.

Ainda assim, Duarte Gomes fez alguns reparos ao tempo de espera por uma decisão, reiterando uma ideia que já tinha partilhado em conversa com o Maisfutebol. Para o antigo árbitro, esse período não deve ultrapassar os 30 segundos, tempo que também o International Board defende como «razoável».

«Foi o universo do futebol que pediu o vídeo-árbitro. Treinadores, jogadores... E até houve grandes jornalistas que fizeram questão de que isto fosse uma obrigação. Esta é a resposta do Internacional Board à exigência de todos. As pessoas devem perceber que, quando se quer uma coisa, isso faz sentido, mas para operacionalizá-la é preciso tempo e tem os seus custos e riscos», avisou Duarte Gomes antes de fazer um apelo à moderação dos intervenientes do futebol no que às arbitragens diz respeito.

«Os árbitros, tal como jogadores e treinadores, acertam e erram. Fui árbitro durante 25 anos e não me lembro de uma época em que não tenha existido polémica. Ela é cíclica, mudam os protagonistas, mas também quem vai à frente [na liderança] nunca se queixa. Todos os anos temos este tipo de circunstâncias. A ideia é de que os árbitros estejam mais atentos e se prepararem melhor para acertarem mais e errarem menos», concluiu.