O ano de 2008 deve ter sido dos piores da carreira de Telma Monteiro. A atleta, que se habituou a vencer, perdeu mais que algumas lutas nesses meses. O seleccionador António Matias faleceu. Teve uma lesão antes do Europeu de Lisboa e não foi além do nono lugar nos Jogos Olímpicos de Pequim. Contra as expectativas de todos, mas sobretudo (penso eu), dela mesma.
A judoca não merece um «sobe» apenas porque foi campeã europeia de judo em -57kg (primeiro título disputado nesta categoria). Isso seria um elogio fácil e Telma Monteiro merece mais que isso. Porquê? Porque muitas vezes irão recordar-se que ela
falhou nos Jogos Olímpicos, mas poucos se lembrarão que ela soube dar a volta por cima, depois de um ano recheado de situações que influenciaram o seu rendimento.
Telma Monteiro terá dito, em Tbilissi, que «os grandes campeões são os que caem e depois voltam a colocar-se de pé». Sim, tem razão. Com ou sem medalhas para exibir, campeões são todos aqueles que aguentam os momentos menos felizes e não desistem. Caem, mas levantam-se. Indo, muitas vezes, buscar forças a esses episódios negativos.
A atleta portuguesa, que atira ao tapete tantas adversárias, é
apenas humana. Mas mostrou que é uma lutadora e que isso faz parte da sua
natureza. Não foi ao tapete, em nenhuma das lutas que teve de travar.
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