Um jovem fã de Roger Federer despertou ao fim de onze anos em coma profundo e ficou surpreendido quando descobriu que o tenista suíço continuava no topo do ténis mundial.
 
A 12 de dezembro de 2004, o espanhol Jesus Aparicio ficou gravemente ferido num acidente de carro, quando festejava os seus dezoito anos. Nesse mesmo ano, Roger Federer, com apenas 23 anos, deslumbrava o Mundo com conquista de três dos quatro «Grand Slams», que lhe permitiram chegar ao topo do ranking ATP.
 
Aparicio ficou em coma desde o fatídico acidente e só recuperou a consciência este ano, a 27 de agosto. Uma recuperação lenta que obrigou o jovem a absorver muita informação, depois de onze anos desligado do mundo. O jovem, agora com 29 anos, à medida que foi recuperando a consciência, quis saber da família, dos amigos, da conjuntura internacional e, claro, de Roger Federer.
 
«Foi um flash que me chegou e perguntei o que era feito do Roger. Pensei que já tivesse afastado dos courts. Quando soube que aos 34 anos continuava a jogar e ainda era número 2 do Mundo, pensei que estivessem a brincar comigo. Não conseguia acreditar», contou Jesus ao site « tennisworldusa.org».
 
Confirmada a informação, Jesus Aparicio quis saber tudo o que perdeu em onze anos. «Quando soube que ganhou 17 Grand Slams, levei as mãos à cabeça. Sabia que o Federer era muto bom, mas nunca pensei que pudesse ganhar tudo o que ganhou», destacou o fã do tenista suíço.


 
Quando Aparicio sofreu o acidente, Federer tinha-se destacado como número 1, com uma larga vantagem sobre Andy Roddick. Entre os tenistas que nessa altura estavam no top-ten, destacavam-se ainda os já retirados Marat Safin, Carlos Moya, Tim Henman, Andre Agassi, David Nalbandian, Guillermo Coria e Gaston Gaudio.
 
Nesse top-ten de dezembro de 2004, além de Federer, entre os que continuam em atividade, sobra apenas o australiano Lleyton Hewitt que já anunciou, entretanto, que também vai guardar a raquete depois do próximo Open da Austrália.
 
Depois do fatídico acidente, Federer somou vitórias atrás de vitórias e, já em setembro do presente ano, Aparicio viu o seu ídolo tentar vencer o seu 18º título nos Grand Slam, no Open dos Estados Unidos, frente a um «desconhecido» Novak Djokovic que, em dezembro de 2004, era apenas o 186º do ranking ATP.

«Fiquei deslumbrado ao ver como Federer continuava a jogar bem, foi uma pena não ter vencido, mas aquele Djokovic também dá uns toques», conta ainda Aparicio que, na altura do acidente, estava a juntar dinheiro para ir a Wimbledon ver Federer em ação. Um sonho que espera ainda vir poder a realizar. «Ainda o quero ver jogar antes de se retirar, talvez a conquistar o seu 18º Slam. Seria o sonho da minha vida», destacou ainda o adepto espanhol.