A poucas semana do início dos Jogos Olímpicos de Inverno, em Sochi, nas margens do mar Negro, e perto da instável região do Cáucaso Norte, dois atentados terroristas vêm lançar um manto de receio sobre a segurança do evento. O primeiro ataque ocorreu quando uma bombista suicida se fez explodir este domingo na estação de comboio de Volgogrado, a cerca de 900 quilómetros a sul de Moscovo, matando 18 pessoas.

As autoridades russas atribuem o atentado, o pior em quase dois anos fora do Cáucaso Norte, aos extremistas islâmicos activos na região e que em julho prometeram ataques para impedir, por todos os meios, os Jogos Olímpicos de Inverno, com que Vladimir Putin quer mostrar ao mundo o rosto da nova Rússia.

«A segurança foi reforçada há muito em Sochi por isso os terroristas vão atacar em cidades próximas», disse este domingo à Reuters Alexei Filatov, antigo membro da força de elite antiterrorista Alfa, sublinhando que «são previsíveis mais ataques deste género». E não tardaram. Já esta segunda-feira, pelo menos 15 pessoas morreram e outras 23 ficaram feridas na sequência de um novo atentado à bomba em Volgogrado.

O artefacto explodiu, esta manhã, no interior de um elétrico do sistema de transporte público de Volgogrado, mas os primeiros dados indicam que o atentado não foi perpetrado por um terrorista suicida, apenas a bomba foi colocada no interior do transporte.

Já esta sexta-feira, um carro armadilhado tinha explodido em Piatigorsk, 270 quilómetros a leste de Sochi, matando três pessoas.

A atleta russa Yelena Isinbayeva, uma das melhores saltadoras com vara de todos os tempos, já se manifestou «devastada e chocada» com os dois atentados à bomba em Volgogrado, a sua terra natal.

«É muito difícil falar sobre o assunto. Estou devastada e chocada. Nenhum familiar ou amigo foi afetado, mas sinto-me muito triste e com medo», afirmou a bicampeã olímpica à agência de notícias ITAR-TASS.

Isinbayeva, também tricampeã e recordista mundial do salto com vara, nasceu em Volgogrado em 1982 e continua a treinar na cidade natal, sob as ordens do técnico Yevgeny Trofimov.

O Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou um reforço da segurança, que será feito pelo comité antiterrorista. Em Sochi, 40 mil elementos estarão encarregues da segurança da competição que começa no início de fevereiro.