Fala quem sabe por experiência própria. Tiago Monteiro, o último piloto português a rodar na Fórmula 1, está expectante quanto à próxima temporada, que começa este fim-de-semana, com o Grande Prémio da Austrália, em Melbourne. Os carros vão sofrer mudanças significativas e isso «vai fazer com que haja surpresas», no entender do piloto.
«Temos sempre favoritos, como a McLaren e a Ferrari, embora os treinos demonstrem que a McLaren está com algumas dificuldades», começou por referir Tiago Monteiro, ao Maisfutebol, sobre os principais candidatos aos títulos de pilotos e equipas.
«Esta é das épocas com maiores mudanças a nível técnico e isso abre grandes possibilidades às equipas pequenas de demonstrarem algo», considerou o piloto. «A Brawn está com alguma vantagem, estou curioso para ver. Não se sabe bem porquê, mas a Honda [ antiga Brawn já tinha começado a época mais cedo e a vantagem pode vir daí», acrescentou. «O carro parece estar bem avançado, mas com o peso regulamentar, agora, na Austrália, vamos ver. Pode ser bluff, mas acho que eles não são disso», analisou.
Outra das alterações para 2009, é a proibição de treinos a meio da temporada o que faz com que seja «mais difícil às equipas pequenas evoluírem». Quanto aos pilotos, vão ter de ambientar-se: «A pilotagem será muito semelhante. É sempre difícil, talvez com as mudanças seja um pouco mais. São todos pilotos profissionais, é preciso adaptar o estilo, pois há mais grip mecânico que aerodinâmico.»
«Corridas vão ser mais emocionantes»
Novidade na F1 é a introdução do Kinetic Energy Recovering System ( KERS). Em Português, Sistema de Recuperação de Energia Cinética. Tiago Monteiro comentou a importância deste: «Se influenciar na corrida, acaba por influenciar o campeonato. De qualquer forma, acho que ajuda nas ultrapassagens, mas não estou à espera de grandes milagres, até porque a maioria das equipas ainda não o adoptou.»
Com tantas mudanças, o piloto nacional crê que «as corridas serão mais emocionantes, porque os carros estão mais instáveis» que no passado. «As pessoas gostam de ultrapassagens e piões, e o carro vai fugir mais», concluiu.