21 de Maio de 2011. Na última jornada do campeonato romeno, o Timisoara, que tinha perdido o título na ronda anterior, goleia o Dínamo Bucareste por 4-1 e segurou o segundo lugar, à frente do Vaslui. Com ele chega o passaporte para as pré-eliminatórias da Liga dos Campeões. O final não foi de sonho, mas, ainda assim, esteve muito acima do pesadelo que se seguiria dez dias mais tarde, ou seja, esta terça-feira.

A Federação romena impede o clube de se inscrever na próxima edição da Liga, devido às dívidas acumuladas e o clube cai na II Divisão. Um choque, ou quase isso, para Taborda, guarda-redes que passou pela Naval e é o único português do grupo.

Dívidas condenam Timisoara e Gloria Bistrita

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«Acaba sempre por ser uma surpresa, mas não foi total. Esta situação demonstra as dificuldades que o clube atravessou. Viemos de férias com salários em atraso. Já tinha conhecimento das dificuldades do clube, mas nunca pensei que as pessoas que gerem o clube, que são experientes, deixassem chegar a este ponto», lamenta Taborda, em declarações ao Maisfutebol.

Taborda garantiu ao nosso jornal que a sentença ainda não é definitiva. «Garantidamente o clube vai apresentar recurso», explicou. Apesar disso, a época já fica manchada: «É frustrante, claro. Foi um ano de sacrifício, onde andámos sempre perto do título, acabámos em segundo e vemos tudo a ir por água abaixo. Nós demos sempre tudo pelo clube, mesmo que muitos jogadores tivessem dificuldades. Ninguém pensou abandonar o barco.»

«Timisoara nunca teve grande tranquilidade»

Com o Timisoara cai o Gloria Bistrita, que tinha assegurado a manutenção na última ronda. O motivo é o mesmo e espelha uma realidade que em Portugal já não é novidade e mostra que, na Roménia, também não é tempo de vacas gordas.

«Quando vim para a Roménia foi com o objectivo de saber como se trabalha fora do país. Não estou arrependido, mas é certo que o Timisoara nunca foi um clube com grande tranquilidade. Hoje é bom, amanhã é mau, depois volta a ser bom...», afirmou Taborda.

O Timisoara deixa de ser, assim, um possível adversário do Benfica na 3ª pré-eliminatória da Champions. O Vaslui, onde também joga um português, Hugo Luz, fica com a vaga, até nova decisão. E Taborda, fica no clube?

«Estou de férias até dia 14 de Junho e o clube tem opção sobre mim. Cumpri três anos de contrato e eles têm mais um de opção, mas não tenho a certeza, agora, se a vão exercer. Antes de vir de férias queriam renovar comigo, por mais dois anos, mas eu isso não quero. Cumpro este contrato, mas não estou interessado em fazer outro», assume.

Enquanto o impasse não se resolve, Taborda não esconde o desalento por se ver relegado para uma Liga inferior e lamenta que se tenha vivido acima das possibilidades durante muito tempo: «O meu desejo é que que o clube se torne mais realista. Houve falta de realismo, dentro da própria família do clube. Resultou tudo nesta grande tragédia.»