A Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) vai discutir no dia 29 os dois pareceres encomendados pela FPF sobre os títulos nacionais.

Em causa está, essencialmente, o período compreendido entre as épocas 1921-22 e 1933-34, tendo em conta a correspondência atribuída às provas existentes então, com designações diferentes. Nesse período, havia apenas um Campeonato de Portugal, prova disputada em eliminatórias.

Entre 1934-35 e 1937-38 disputou-se o «Campeonato das Ligas», antecessor do Campeonato Nacional, criado depois em 1938-39, mantendo-se durante esse período a existência do mesmo Campeonato de Portugal, em eliminatórias.

A questão foi levantada por Bruno de Carvalho, antigo presidente do Sporting, que enquanto estava no cargo defendeu a tese de que o Sporting deveria ter mais quatro títulos nacionais.

A Federação Portuguesa de Futebol solicitou dois pareceres, aos quais o Maisfutebol teve agora acesso, e os resultados são bem distintos, na medida em que um altera significativamente o quadro dos campeões nacionais, e o outro apenas muda os detentores de Taças de Portugal.

Veja em baixo as conclusões dos dois pareceres.

Conclusões do Parecer 1, realizado por Amândio J. M. Barros, Manuel A. Janeira, Ricardo C. Pereira e Sílvia A. C. Alves.

Os vencedores do Campeonato de Portugal entre 1921-22 e 1933-34 devem ser considerados campeões nacionais.

O estudo, de 60 páginas, conclui que «deixar o quadro de vencedores das provas como está, no fundo, é esquecer os primeiros longos anos das competições e a forma como elas foram vividas no país, por uma cada vez maior legião de adeptos.»

Nesse sentido, o parecer um determina que devem ser atribuídos títulos de campeão nacional ao FC Porto (3), Belenenses (3), Sporting (2), Benfica (2), Olhanense, Marítimo e Carcavelinhos.

O mesmo parecer defende que, só a partir da época 1934-35, com a criação do «Campeonato das Ligas», passando a haver duas competições nacionais, é que se pode considerar o «Campeonato de Portugal» como antecessor da Taça de Portugal.

Isso fará com que sejam acrescentadas duas Taças de Portugal ao palmarés do Sporting e uma a Benfica e FC Porto.

Já o parecer 2, elaborado por Francisco Pinheiro, é bem mais conservador nas conclusões.

Este estudo, com 532 páginas, considera definitivamente o Campeonato de Portugal como antecessor da Taça de Portugal e o Campeonato das Ligas como o antecessor do campeonato nacional, o que significa que o quadro de campeões nacionais fica inalterado e as mudanças surgem apenas no palmarés da Taça de Portugal.

Nesse sentido, as maiores mudanças seriam no palmarés de Sporting e FC Porto, que passariam a ter mais quatro Taças de Portugal cada (21 e 22, respetivamente).

O Benfica teria mais três (29, no total), tal como o Belenenses (passaria a ter seis).

E ainda segundo este parecer, o Olhanense, o Marítimo e o Carcavelinhos passam a constar no lote de vencedores da Taça de Portugal, todos com uma conquista.

A decisão sobre qual dos pareceres deve ser aprovado será votada a 29 de junho.