A figura: Fabiano

Decisivo! O primeiro grande momento de Fabiano no jogo aconteceu aos 27 minutos. Wilson Eduardo apareceu-lhe pela frente, mas o guarda-redes habitual suplente de Helton não tremeu. Gigante, encheu a baliza e parou o remate do extremo leonino. Teve outras defesas menos vistosas no primeiro tempo, mas naquele lance foi fundamental. Como voltaria a ser aos 74 minutos, já numa fase em que não havia dúvidas do ascendente do Sporting sobre o rival: saiu aos pés de Carrillo, evitou um remate de Montero e ainda defendeu a terceira vaga ao negar o golo de Cédric. Ora, aos 82 minutos voltou a brilhar. Desta vez foi Vítor a surgir-lhe à frente, mas o brasileiro defendeu de novo. Basta descrever as jogadas para perceber como foi a figura desta partida. Foi decisivo como um muro à frente de quem vai em excesso de velocidade. O Sporting bateu ali. No resto, pareceu seguro em todas as ações. E isso é importante para ele próprio, para a equipa. E até para a imagem que dá ao adversário, de que por ali é difícil passar. Não foi difícil, foi impossível.


Argelinos e colombianos

Não houve Jackson na maior parte do tempo, como não houve Montero nos leões. Ficaram os colombianos no banco, surgiram os argelinos. No lado azul e branco: Ghilas. Está a léguas do que é Jackson Martínez. Isso não é propriamente uma descoberta tendo em conta a qualidade do camisola 9. Sem o principal matador, Ghilas teve grande oportunidade para reclamar mais minutos. Perdeu-a. A equipa não ajudou, é certo, mas o argelino não trouxe grande coisa ao ataque portista. Para além do primeiro remate perigoso do jogo, surgiu mais duas vezes em destaque: a passar a bola a Herrera que atirou por cima; servido pelo mexicano atirou à baliza quando estava em fora de jogo.

Outros destaques

Fernando

Se tem de haver algum debate entre Fernando e William Carvalho, então que haja. Ambos são de grande importância nas respetivas equipas, mas o portista nesta noite foi a figura maior dos azuis e brancos. O Polvo é o único que nunca quebra de intensidade, porque se o adversário mete maior agressividade na luta pela bola, ele mete-se num nível acima. É por isso que é o sustento daquele meio-campo, foi por isso que o FC Porto não arriscou minimamente quando Fernando sentiu a mínima dor que fosse, para entrar Defour, sem aquecer. Só por problema físico se entenderia que o único jogador de campo que atuou ao nível habitual, e exigido, nos dragões saísse de campo. Fernando fechou caminhos como pôde e encontrou-os de um jeito que nem Herrera, nem Carlos Eduardo conseguiram: bola no pé a arrancar por ali fora.

Herrera

Uma exibição que se explica em poucas palavras: um mar de equívocos. Errou em demasia na fase inicial de construção. Errou tanto que deixou Adrien a correr solto para a área de Fabiano e essa nem tinha sido a primeira vez em que tinha colocado a bola no adversário. O mau jogo do FC Porto passou pelos pés do mexicano. Se o golo ao Olhanense lhe deu confiança e a titularidade, o desempenho desta noite em Alvalade só lhe podem garantir mais uns minutos no banco.

Carlos Eduardo

Vamos começar pelo fim. Foi expulso por duplo amarelo e não cometeu o primeiro crime. O árbitro enganou-se (Danilo cometeu a falta e não nos pareceu que o cartão fosse por palavras). A fava saiu a Carlos Eduardo. Mas há mais para dizer e menos de Carlos Eduardo na partida. Chegou ao José Alvalade cheio de moral. Lampejos de Deco tínhamos visto, mas agora também vimos esta faceta menos boa de Carlos Eduardo, afastado do jogo pela boa cobertura do meio-campo contrário. Herrera não ajudou, é verdade, mas se for para comparar com aquele mágico 10 do FC Porto, quantas vezes não o ajudaram a ele? Pode ter sido apenas uma noite, mas não foi boa.