A figura: Adrien

É um conquistador. Começou por conquistar os responsáveis leoninos de que valeria a pena voltar a Alvalade depois dos empréstimos. Conquistou uma renovação e, por fim, conquistou a titularidade absoluta. Nesta noite, nova conquista: a do meio-campo. Foi tudo dele, praticamente, com William na retaguarda. Adrien foi o jogador mais influente da partida. Na primeira parte, entrou na estratégia de pressionar o meio-campo do FC Porto. Fê-lo bem e ainda meteu Herrera em sarilhos grandes. Depois, bom, depois foi o Adrien 2013/14: um médio que enche grande parte do terreno, de área a área. Tanto recupera como distribui jogo, tanto entra em drible como joga de primeira. Um médio de eleição, um médio de seleção. Até pelas opções que têm surgido com a camisola das quinas. É nestes jogos que se vê a fibra para uma possível internacionalização, não é? Essa é conquista que se calhar já merece. Jogou, fez jogar e terminou o jogo com um cartão amarelo. Mas isso é nódoa no currículo de alguém?

Argelinos e colombianos

Não houve Montero na maior parte do tempo, como não houve Jackson nos dragões. Ficaram os colombianos no banco, surgiram os argelinos. Do lado leonino, uma frase resolveria o ponto de vista: o meu argelino é mais útil que o teu [ver destaques do FC Porto]. Slimani traz para relvado coisas bem diferentes de Montero. Não tem a mesma receção de bola, nem a mesma rapidez a ler jogo. Mas empresta cabedal e, atenção, do outro lado havia Maicon e Mangala, sobretudo. Slimani conseguiu quase sempre jogar com os colegas e mostrar que sim, que mesmo não sendo Montero, podem contar com ele quando for preciso. É verdade que as principais ocasiões não caíram nele, mas o argelino do Sporting provou que tem mais fogo do que o compatriota do lado contrário.

Outros destaques

William Carvalho

Vinha aí o FC Porto, vinha aí Carlos Eduardo, o homem do momento entre os azuis e brancos. Para William, foi-lhe igual. Nem o 20 dos portistas nem o dragão inteiro meteu temor ao mais recuado dos médios do Sporting. Já se lhe viu muita coisa boa em vários os jogos: e tudo isso voltou a ver-se nesta noite no clássico de Alvalade. Mas o que surpreende é a serenidade com que parece abordar o jogo. Tem uma calma olímpica, seja com a bola no pé, seja sem ela. E agressivo no melhor sentido do conceito. Por isso mesmo, o Carlos Eduardo dos dois jogos anteriores nem apareceu em Alvalade. William Carvalho não é, porém, apenas um médio que sabe defender e afasta a pressão com um passe para o lado. Tem uma visão grande do jogo, percebe movimentos ofensivos e tem pé suficiente para colocar os colegas em situação de privilégio. Encheu aquele meio-campo com Adrien.

Marcos Rojo

Tantas vezes réu na época passada, criticado em várias ocasiões já na presente. Mas nesta noite foi aquilo que deve ser: líder da defesa. O argentino só por uma vez perdeu noção do que estava a fazer. Foi quando perdeu uma bola ainda na primeira parte, junto à área que defende. Não veio mal ao mundo desse lance. No resto, esteve impecável.

Cédric

Carrillo entrou bem, merecia uma nota; Vítor seria outro. Mas Cédric tem de surgir nestas contas finais. O lateral-direito do Sporting foi um apoio constante de Wilson Eduardo no ataque. Combinou com o colega de forma excelente e eteve iniciativas individuais notáveis. Chegou à linha de fundo e ainda tentou o golo. Esbarrou, como os outros, em Fabiano. Mas fez uma bela partida, sem dúvida.