Depois da passagem da tocha olímpica pelos Estados Unidos, que tentou fintar os protestos, o Comité Olímpico Internacional (COI) lamentou a confusão que tem rodeado a digressão da chama e o seu presidente deixou o desejo de que os Jogos possam «recuperar da crise». O Dalai Lama deixou entretanto novo apelo à não-violência e lembrou que nunca foi contra os Jogos Olímpicos na China.
«Não somos anti-chineses. Apoiámos os Jogos Olímpicos desde o início», disse no Japão o líder tibetano no exílio.
A chama olímpica passou quarta-feira por San Francisco e fez um desvio inesperado, desaparecendo por uma hora antes de ser visível novamente, para evitar os manifestantes pró-Tibete que se juntaram no percurso inicialmente definido.
O percurso da tocha iniciou-se com alguma da confusão que se verificou nas aparições em Paris e Londres. Manifestantes pró-tibetanos e pró-chineses tiveram ainda oportunidade de se oporem apesar das fortes medidas de segurança, onde inclusivamente um manifestante pró-tibetano chegou a ser detido.
O Comité Olímpico Internacional, reunido em Pequim, não cancelou a digressão da tocha, que segue agora para a Argentina, mas lamentou os incidentes na Europa. «Não foi a festa que imaginávamos», afirmou Jacques Rogge, presidente do COI, que admitiu a situação de crise, mas deixou uma mensagem aos representantes dos comités olímpicos nacionais, dirigida aos atletas que competirão nos Jogos: «Digam-lhes que, independentemente do que ouviram, os Jogos serão muito bem organizados. Digam-lhes que vamos recuperar da corrente crise.»