A União Internacional de Ciclismo (UCI) anunciou esta sexta-feira que suspendeu Patrick Moster, diretor desportivo da equipa olímpica alemã, até 31 de dezembro de 2021, «por comentários inapropriados durante a prova de contra-relógio masculino dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020».

«Após o incidente de 28 de julho, a Comissão Disciplinar suspendeu imediatamente o Sr. Moster provisoriamente, considerando que essas declarações eram discriminatórias e contrárias às regras elementares de decência, violando o artigo 12.4.017 (d) dos regulamentos da UCI», diz a nota.

«O Sr. Moster reconheceu perante a Comissão Disciplinar que cometeu uma infração dos regulamentos da UCI e aceitou a suspensão até 31 de dezembro de 2021, período durante o qual não poderá participar em qualidade nenhuma em qualquer evento organizado pela UCI, por uma federação nacional ou continental», diz ainda o comunicado da UCI.

Durante o contra-relógio, Moster usou uma comparação considerada racista para encorajar o ciclista Nikias Arndt, que se preparava para ultrapassar dois corredores que partiram antes dele, o eritreu Amanuel Ghebreigzabhier e o argelino Azzedine Lagab.

Nas imagens televisivas, transmitidas em directo e amplamente difundidas nas redes sociais, ouve-se o director desportivo alemão incentivar Arndt a apanhar «os cameleiros».

Patrick Moster pediu desculpa, mas o Comité Olímpico alemão decidiu fazê-lo regressar com efeito imediato à Alemanha. «Estamos convencidos de que os seus pedidos de desculpa públicos pelas palavras racistas que proferiu são sinceros, mas o seu deslize viola os valores do olimpismo: para a equipa da Alemanha, o fair-play, o respeito e a tolerância não são negociáveis», justificou na altura o presidente do Comité Olímpico alemão, Alfons Hörman.