O campeão olímpico português Pedro Pichardo reforçou, esta quinta-feira, já com a medalha de ouro após a cerimónia do triplo salto, que nunca teve problemas com Nelson Évora e que não quer «continuar a alimentar polémica» sobre alguém de quem «nunca» foi amigo.

Questionado sobre as palavras que já tinha proferido após a conquista do ouro no triplo salto, Pichardo mostrou serenidade e esclareceu dúvidas, dizendo que não há confusões a fazer sobre si e Évora.

«O Nelson nunca foi meu amigo, não sei porque é que as pessoas confundem as coisas. Nunca fui amigo do Nelson, há uma rivalidade desportiva, mas pronto. Se fala comigo ou não, para mim não faz diferença», disse o atleta de 28 anos, à RTP, acrescentando que, no seu entender, se há algum problema, tem a ver com a sua naturalização como português, depois de ter chegado de Cuba.

«Não quero aprofundar, mas ele ainda não saltou 18 metros, ainda não ganhou a Liga Diamante. Também não quero continuar a alimentar polémica. Não vale a pena continuar com uma polémica com um atleta que vai sair. Eu suponho e penso que tenha sido pela mudança de nacionalidade, é a única coisa que acho, de resto nunca tive problemas com o Nelson», frisou Pichardo, visivelmente tranquilo nas palavras, mas também ambicioso quanto aos seus objetivos.

«Vou trabalhar para chegar a Paris como o novo recordista do mundo», disse Pichardo, em alusão à marca de 18,29 metros que pertence, desde 7 de agosto de 1995, ao britânico Jonathan Edwards, em Gotemburgo, Suécia. Já o recorde olímpico, obtido a 27 de julho de 1996, em Atlanta, é detido pelo norte-americano Kenny Harrison.

Mas Pichardo quer voar mais e, questionado sobre a ambição de saltar 18,40 metros, foi perentório. «É isso que que eu quero fazer, continuar a fazer história, o recorde já tem muitos anos. Se fosse eu, seria o ideal», apontou, dizendo que espera uma grande receção em Portugal.