Estaremos todos de acordo que os «Spurs» dominaram a primeira parte e que os «blues» foram superiores na segunda parte, mas vamos olhar mais além. Os dados confirmam que a equipa de Villas-Boas conseguiu estabilizar melhor o jogo e circular a bola. Isso mesmo é comprovado pela posse de bola (53,5 por cento) e por uma larga vantagem nos passes completos (327, contra 256 do Chelsea).
Os dados dos passes para o último terço do campo (134 contra 96) também mostram que o Tottenham chegou à zona de decisão com maior frequência, e de forma mais elaborada. Não quer isto dizer, porém, que tenha criado muito mais oportunidades. Os «Spurs» só fizeram mais um remate do que os «blues» (doze contra onze), mas a equipa de Mourinho até acertou mais na baliza (cinco contra quatro).
A estatística de foras de jogo traduz também a diferente abordagem defensiva das equipas. O Tottenham procurou adiantar a última linha e assim apanhou os «blues» em posição irregular dez vezes, sendo que os «spurs» só registaram dois foras de jogo, frente a uma defesa mais recuada, até pela falta de velocidade de alguns elementos mais veteranos.
É curioso também olhar para os duelos aéreos, registando-se aqui grande superioridade do Chelsea, que venceu 22 de 28. A equipa de José Mourinho fez prevalecer a sua maior capacidade física, com elementos como Terry, David Luiz, Ivanovic ou Mikel, embora o Tottenham tenha também Vertonghen e Dawson, por exemplo.
Analisando depois as estatísticas dos passes, percebe-se a influência de Dembelé na manobra do Tottenham. O belga foi o jogador que mais passes efetuou no encontro (53, mais dois do que Lampard), e com uma eficácia assinalável: 90,1 por cento chegaram ao destino. Melhor só o colega Townsend (acertou 18 passes em 19, o que dá 94,7 por cento) e John Terry (acertou 37 passes de 41, o que corresponde a 90,2 por cento).
Os passes mais repetidos foram de Dembelé para Vertonghen e de Naughton para Sigurdsson (onze cada), com destaque ainda para o papel de Dawson na primeira fase de construção, com dez passes para o lateral direito Walker e outros dez para o médio defensivo Paulinho. No Chelsea o passe mais repetido foi de Ashley Cole para Frank Lampard (nove vezes).
RELACIONADOS
«Ibrahimovic é uma primadonna aziada»
Mourinho: «Terry tem futuro aqui, na China ou onde quiser»
André Villas-Boas: «É um dia cheio de emoção»
André Villas-Boas nos Dragões de Ouro
Crónica de uma tarde portuguesa em White Hart Lane
Villas-Boas: «O momento decisivo foi a bola ao poste do Paulinho»
Mourinho aponta erro ao árbitro mas culpa Vertonghen
Mourinho e Villas-Boas: frieza no início, sorrisos no fim
Tottenham-Chelsea, 1-1 (resultado final)