O primeiro duelo entre André Villas-Boas e José Mourinho, que terminou empatado a uma bola, merece uma análise aprofundada. O jogo entre Tottenham e Chelsea foi rico em termos táticos, e as estatísticas divulgadas pela «Four Four Two», com base em dados da «Opta», ajudam-nos a recordá-lo por outro prisma.

Estaremos todos de acordo que os «Spurs» dominaram a primeira parte e que os «blues» foram superiores na segunda parte, mas vamos olhar mais além. Os dados confirmam que a equipa de Villas-Boas conseguiu estabilizar melhor o jogo e circular a bola. Isso mesmo é comprovado pela posse de bola (53,5 por cento) e por uma larga vantagem nos passes completos (327, contra 256 do Chelsea).

Os dados dos passes para o último terço do campo (134 contra 96) também mostram que o Tottenham chegou à zona de decisão com maior frequência, e de forma mais elaborada. Não quer isto dizer, porém, que tenha criado muito mais oportunidades. Os «Spurs» só fizeram mais um remate do que os «blues» (doze contra onze), mas a equipa de Mourinho até acertou mais na baliza (cinco contra quatro).

A estatística de foras de jogo traduz também a diferente abordagem defensiva das equipas. O Tottenham procurou adiantar a última linha e assim apanhou os «blues» em posição irregular dez vezes, sendo que os «spurs» só registaram dois foras de jogo, frente a uma defesa mais recuada, até pela falta de velocidade de alguns elementos mais veteranos.

É curioso também olhar para os duelos aéreos, registando-se aqui grande superioridade do Chelsea, que venceu 22 de 28. A equipa de José Mourinho fez prevalecer a sua maior capacidade física, com elementos como Terry, David Luiz, Ivanovic ou Mikel, embora o Tottenham tenha também Vertonghen e Dawson, por exemplo.

Analisando depois as estatísticas dos passes, percebe-se a influência de Dembelé na manobra do Tottenham. O belga foi o jogador que mais passes efetuou no encontro (53, mais dois do que Lampard), e com uma eficácia assinalável: 90,1 por cento chegaram ao destino. Melhor só o colega Townsend (acertou 18 passes em 19, o que dá 94,7 por cento) e John Terry (acertou 37 passes de 41, o que corresponde a 90,2 por cento).

Os passes mais repetidos foram de Dembelé para Vertonghen e de Naughton para Sigurdsson (onze cada), com destaque ainda para o papel de Dawson na primeira fase de construção, com dez passes para o lateral direito Walker e outros dez para o médio defensivo Paulinho. No Chelsea o passe mais repetido foi de Ashley Cole para Frank Lampard (nove vezes).