O F.C. Porto está fora da Taça de Portugal depois de reprovar com estrondo no exame de Coimbra. Os estudantes foram catedráticos e voltaram a colocar a nu as fragilidades deste dragão, autêntica sombra da última temporada.

Se perder num terreno que era talismã há 41 anos já demonstra o tamanho da noite do horror portista, sair das margens do Mondego vergado ao peso de uma derrota por 3-0 (quase) nem merece comentários... que o digam os adeptos, que vociferaram contra a equipa.

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Em traços gerais, péssimo jogo do campeão, que conseguiu terminar a primeira parte sem ter feito um único remate à baliza, sofreu golos imperdoáveis, e foi incapaz de reagir à altura. Não podia começar de pior forma o ciclo de três jogos decisivos em três provas para os azuis e brancos...

Depois da Briosa, seguem-se o Shakhtar, na Ucrânia, para a Liga dos Campeões, e o Sp. Braga, para a Liga, no Dragão, a terminar a semana. Ainda haverá margem até lá para Vítor Pereira?

Começar mal...

O jovem técnico mudou quatro jogadores em relação ao jogo com o Olhanense, a começar pela baliza, onde Bracalli continuou a ser o eleito para a Taça de Portugal. Recuperou ainda Otamendi para poupar Mangala, manteve o meio-campo, e lançou Walter e Varela no ataque salvaguardando Kléber e James, que tiveram compromissos internacionais.



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A falta de intensidade começou a notar-se desde o apito inicial. Mas se o começo ao «ralenti» favorecia a Académica não dava para perceber a falta de chama do Dragão. Sem velocidade, garra ou qualquer vontade de atacar, os comandados de Vítor Pereira entregavam-se a um jogo previsível, mastigado, numa súmula colectiva das suas várias individualidades em sub-rendimento.

Ter Maicon como lateral-direito não ajuda nada quando é preciso subir e cruzar para a área, mas o que dizer do remate de Alvaro Pereira, quase no final dos primeiros 45 minutos, como que a devolver a bola ao companheiro para repetir a jogada? Por momentos, parecia que o F.C. Porto não estava em campo e, como tal, a Académica ainda poderia reivindicar a vitória por falta de comparência...

Não foi por esse motivo que os estudantes venceram, obviamente, mas o resultado, por ironia, foi justamente o aplicado nesses casos. Mas já lá vamos.

... e acabar pior

Os campeões nacionais só conseguiram disparar à baliza no início da segunda parte, com Fernando a fazer brilhar Ricardo entre os postes. No canto subsequente, Maicon atira às malhas laterais e o Porto, por momentos, parecia estar a sair da longa letargia. Walter esteve à beira de marcar e Hulk deixou as mãos a arder ao guarda-redes da Académica, no primeiro movimento à imagem do Incrível.

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A melhoria foi notória mas não chegou para levar a Académica ao tapete. Aliás, os estudantes continuaram bem vivos, ameaçaram num livre de Adrien e noutro lance de Éder, mas à terceira conseguiram tomar o castelo de assalto e pelo lado mais fraco: Maicon. O brasileiro ficou a ver Sissoko correr e Marinho fez o mais fácil.

O lateral-direito improvisado voltou a ser apanhado no olho do furacão no segundo golo, abrindo novamente a porta da fortaleza à Hélder Cabral, quando resolveu ficar parado, devido a uma alegada falta. Cometeu um erro fatal. Recebeu a pena capital.

O lance é quase uma imitação do primeiro, só que desta feita foi Adrien quem finalizou. A vergonha foi ainda maior com o 3-0, por Diogo Valente. O lado direito da defesa portista foi mesmo a auto-estrada para o suicídio.