Bola a rondar as duas balizas, defesa preciosas, cortes in extremis a evitar golos e um Olhanense que entrou determinado, desapareceu momentaneamente e só a partir dos 20 minutos assumiu total controlo das operações. Antes passou por calafrios. Depois, no segundo tempo, também. Valeu-lhe ter um guarda-redes em grande forma, na baliza, que adiou tudo para grandes penalidades, nas quais o Alcochetense acabou por «morrer» pelos ferros.

Djão responsável pelo nulo

Uma perda de bola em zona proibida deixou Djão com possibilidades de fazer o 1-0. O incansável avançado correu em direcção da baliza, descaído para a esquerda rematou para junto do poste mais distante, mas Fabiano tem quase dois metros e, com a mão, evitou o golo. Era o primeiro aviso da equipa da III Divisão.

Logo depois, mais um, com Djão a obrigar o guarda-redes a nova defesa. O jogo era simples de descrever. Enquanto os algarvios tentavam trocar a bola, fazê-la circular, o Alcochetense ia direito ao assunto. Olhos postos na área contrária e, sempre que possível Ricardinho e Djão a esgueirarem-se pela defesa do Olhanense. Foi praticamente assim, até aos 20 minutos.

Aí, os algarvios assentaram jogo, Mateus começou a ser mais expedito no miolo, Agra e Wilson Eduardo tiveram mais vezes a bola, nas extremidades, com trocas de flanco entre ambos. Já depois de Wilson ter colocado Felicíssimo em apuros, Mateus descobriu Salvador Agra, com um passe soberbo. O baixinho 23 algarvio trabalhou bem na área, atirou para golo, mas Miguel Silva fez o corte quase em cima da linha. O golo seria adiado muitas outras vezes durante o primeiro tempo, algo que se repetiu na segunda parte.

A Muralha da China

Ainda mais emoção e oportunidades após o reatamento. Fabiano voltou a ser figura, ao defender um remate de Jadson Moura, que atirou em cima da pequena área! O Alcochetense entrava melhor, apanhava os algarvios distraídos, com bolas metidas nas costas da defesa do Olhanense. Mas esbarrava sempre na Muralha da China que era Fabiano.

Daúto Faquirá lançou Djalmir que teve impacto no jogo. Melhorou o ataque visitante, mas ficou sem parceiro devido a expulsão de Dady. Com menos um, o jogo não mudou de toada, mas o Alcochetense acreditou ainda mais na surpresa. Bola cá, bola lá, a equipa da casa só não saiu vencedora em 90 minutos pela ineficácia de Djão, que falhou outra vez (a terceira!) na cara de Fabiano. O jogo seguia para prolongamento, com um incrível 0-0 que perdurou até aos penalties. Aí, acabaram por ser os ferros a «matar» a equipa da casa, com uma bola na trave e outra no poste. Mas ficou a imagem de uma equipa valente, que lutou até final e foi infeliz na finalização.

FICHA DE JOGO

Estádio: António Almeida Correia Foni, em Alcochete

Árbitro: Paulo Baptista (Portalegre)

Alcochetense:João Felicíssimo; Pedro Tralhão, Mário Costa, Nuno Gaspar e Miguel Silva; Jadson Moura (Paulo Mota, 119); Valter Paulista (Diogo Piqueira, 105), Paulo Elindo (William Teodoro, 90) e Luís Costa; Ricardinho e Djão.

Suplentes não utilizados: Miguel Manzoupo, André Dias, Nuno Amaro e Peter Caraballo.

Olhanense: Fabiano Freitas; Figueroa, Maurício, Mexer e Vítor Vinha; Rui Duarte, Cauê (Djalmir, 60) e Mateus (Toy, 100); Salvador Agra (Regula, 81), Dady e Wilson Eduardo.

Suplentes não utilizados: Bruno Veríssimo, Victor Meza, Gerson e Yontcha.

Ao intervalo: 0-0

Disciplina: Cartão amarelo a Cauê (42m), Pedro Tralhão (54m), Dady (66 e 70m), Valter Paulista (90m), Rui Duarte (97m), Luís Costa (104m) e Djão (114m); cartão vermelho a Dady (70m)