O Beira Mar passou à próxima eliminatória da Taça de Portugal depois de 120 minutos de futebol insípido, perante um Penafiel que se bateu galhardamente e apenas se inclinou a Rui Rego, que defendeu dois penalties, garantindo o apuramento

Depois de na época passada ter sido eliminado logo no primeiro jogo, diante do Marítimo (0-1), o Beira Mar partia para este jogo na quimera por uma reedição do feito de 1998/99, quando venceu aquela que é a segunda prova do calendário português.

Na final, ante o Campomaiorense, os aurinegros conquistaram o troféu mais significativo do seu palmarés, com um golo de Ricardo Sousa, filho do então treinador da equipa, António Sousa. Saudosos tempos para os apaniguados aveirenses, que desde então nunca mais puderam vibrar nesta competição.

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Os beira-marenses apostavam nesta prova como forma de esquecer as agruras do último lugar da Liga. Com uma equipa a precisar de vitórias e confiança, era importante seguir em frente, mais não fosse para retirar alguma pressão para os próximos jogos.

UIisses Morais disse que iria escolher os melhores para a partida, mas deixou Balboa no banco, talvez por ainda não estar a 100 por cento depois da lesão que já o impedira de atuar na Luz. O equilíbrio foi a tónica dominante, com o Penafiel a não cair na tentação de defender em demasia.

Ao invés, os durienses sabiam como armar o contra-ataque, com Sérgio Organista (lembram-se dele?), a destacar-se nos passes de rutura a servir os homens da frente. Também nas oportunidades, sem nada de escandaloso, foi prevalecendo a paridade.

Cada vez mais físico e menos técnico

O passar dos ponteiros do relógio só favoreceu o Penafiel, que manteve a organização e até se atreveu a fazer pressão alta sobre o adversário. Ulisses Morais tentou mudar alguma coisa, primeiro com Balboa e depois com Serginho.

Debalde. O máximo que conseguiu foi ouvir assobios da bancada (não estariam mais de 300 pessoas no estádio) por ter tirado Rúben Ribeiro, que estava a ser o melhor dos da casa, logo no dia em que defrontava a ex-equipa.

A partida perdeu todo o encanto que prometera na primeira parte, caiu demasiado no domínio físico, e, nesse aspeto, as equipas da Honra sentem-se bem mais à vontade. E assim foi correndo o tempo até ao prolongamento (nada trouxe de novo) e à decisão final da marca dos 11 metros.

E foi então que Rui Rego fez mais entre os postes do que os colegas em 120 minutos. Duas defesas, e venha daí o próximo adversário. Mas os aveirenses continuam sem ganhar e a jogar um futebol que inspira muita preocupação...

Ficha do jogo

Estádio: Municipal de Aveiro.

Árbitro: Olegário Benquerença, de Leiria, auxiliado por Luís Marcelino e Pedro Neves.

Quarto árbitro: Fábio Piló.

BEIRA MAR: Rui Rego; Pedro Moreira, Sasso, Hugo e Joãozinho; Jaime; Fleurival (Balboa, 45 minutos) e Collet (Hélder Lopes, 72); Rúben Ribeiro (Serginho, 63), Abel Camará e Nildo.

Suplentes não utilizados: Jonas, Nuno Lopes, Ricardo Dias e Tiago Cintra.

Treinador: Ulisses Morais.

PENAFIEL: Nuno Santos; Gabriel Moura, Fábio Ervões, Leomar e Vítor Bruno; Rafa Sousa; Sérgio Organista e Pedrinha (Hélder Ferreira, 108); Pedro Coronas (Aldair, 84), Romeu Torres (MBala, 88) e Elísio.

Suplentes não utilizados: Coelho, Joel Neves, Pedro Santos e Robson.

Treinador: Miguel Leal.

Cartões: amarelos a Rafa (54), Collet (54), Joãozinho (61), Coronas (79), Jaime (107), Aldair (110), Sérgio Organista (112) e Sasso (116).