Um golo do inevitável Baba bastou para que o Marítimo destruísse o templo representado pelo Juventude de Évora, digno representante alentejano.

Cerca de três mil pessoas marcaram presença no Estádio Sanches de Miranda, para assinalar o regresso do futebol de primeiro plano a esta região do país. A equipa da casa foi fiel ao seu lema, «Força de Vontade», mas foi derrubada pelo goleador senegalês.

As dificuldades iniciais deram lugar à organização

A equipa da casa demorou alguns minutos para se organizar defensivamente, sobretudo na definição de quem acompanhava os laterais do Marítimo (os médios interiores ou um dos avançados, que jogavam muito abertos), mas a formação madeirense não soube tirar proveito disso, com uma entrada pouco dinâmica.

Foi preciso esperar dezoito minutos para ver a equipa do principal escalão chegar com perigo real à baliza alentejana, quando Heldon cruzou para a conclusão torta de Danilo Dias. Por esta altura já o Juventude estava mais sólido defensivamente, mas revelava dificuldades para sair a jogar. Ainda assim respondeu ao aviso do Marítimo quatro minutos depois, com Tavares a ultrapassar a defesa maritimista em velocidade e a rematar à figura de Ricardo Ferreira.

O lance despertou o jogo. A equipa da casa ficou mais desinibida, e o Marítimo sentiu que era preciso puxar dos galões. A dinâmica da equipa de Pedro Martins aumentou, e o número de remates também, mas quase sempre para defesas fáceis de Tiago Martins. Excepção feita a um disparo de Roberto Sousa, na sequência de um livre directo, a obrigar o guarda-redes a fazer uma defesa vistosa (24m).

Baba (quem mais?!) a quebrar a resistência

Pedro Martins trocou Olberdam por Benachour, ao intervalo, e a resistência do Juventude quebrou pouco depois do reatamento. Um remate de Briguel, de fora da área, encontrou Baba à boca da baliza, e este não se fez rogado (53m).

A equipa alentejana acusou o golo, consciente da improbabilidade de dar a volta ao jogo, e o Marítimo esteve perto do segundo golo. Samiro teve mesmo de cortar uma bola em cima da linha um remate de Benachour, com Tiago Martins fora da baliza (73m).

Pouco depois apareceu a melhor ocasião que o Juventude dispôs para igualar a eliminatória, mas o recém-entrado Martelo falhou o alvo, depois de Ricardo Ferreira ter falhado a intercepção. A equipa alentejana ficou pelo caminho, mas regressa a casa de cabeça levantada.

FICHA DE JOGO:

4ª eliminatória da Taça de Portugal

Estádio Sanches de Miranda, em Évora

Árbitro: Duarte Gomes (AF Lisboa)

Auxiliares: Pedro Garcia e Luís Campos

4º árbitro: José Almeida

JUV. ÉVORA: Tiago Martins; Vasco, Divaldo, Samiro e Carlos Santos; Mezenga (Xavier, 63m), Tiago Ronaldo, Avto e Fonseca; Lucas (Martelo, 70m) e Tavares.

Suplentes não utilizados: Laurentino, Maruca, Rúben Freire, Luís Barreiros e Vasco Sobral

MARÍTIMO: Ricardo Ferreira; Briguel, João Guilherme, Roberge, Olim; Roberto Sousa (Tchô, 78m) e Olberdam (Benachour, 46m); Danilo Dias (Gonçalo, 72m), Rafael Miranda e Heldon; Babá.

Suplentes não utilizados: Peçanha, Igor Rossi, Fidélis e Fábio Felício.

Disciplina: cartão amarelo para Mezenga (25m), Lucas (29m), Roberto Sousa (29m), Tiago Ronaldo (61m), Samiro (64m), Danilo (69m), Xavier (80m), Divaldo (90m)

Golos:

0-1 por Baba (53m)