Estratégia perfeita
O que o Nacional não conseguiu no campeonato adiou para a Taça de Portugal, aproveitou novos erros do Sporting e colocou-se na frente em Alvalade. A estratégia madeirense era perfeita ao intervalo, com benesse de Anderson Polga, que errou como um infantil, num lance já visto ao terceiro minuto, mas com consequência gravíssima aos 45.
É impossível dissociar a entrada dos leões do resultado do clássico. A insatisfação, resignação pelo empate com o rival instalou-se na equipa, por muito que o treinador tenha avisado para o que era necessário neste encontro com os madeirenses.
O Sporting apresentava-se apático, jogava mal, não tinha soluções para sair da rede que Caixinha montou no meio-campo: Skolnik perseguia Elias, Todorovic fazia o mesmo a Schaars e Andrés Madrid era o último segurança no miolo. O leão não construiu uma única jogada de perigo em bola corrida. Fê-lo, é certo, de bola parada. Numa ironia grande, sofreu o 1-0 dessa forma.
A noite começou mal para o leão, que perdeu Van Wolfswinkel aos 11 minutos. O holandês lesionou-se e, no banco, a única solução era Bojinov. Seria mais problema, no entanto. Num livre, Matías causou o primeiro lance de perigo. De canto, Insúa provocou o segundo. Mas a grande jogada foi madeirense. Rondon e Skolnik foram «por ali fora» entre a defesa leonina e o venezuelano desperdiçou um golo feito, na cara de Patrício.
Só que Rondon não desperdiçou à segunda, marcou de cabeça e a estratégia do Nacional colhia frutos no relvado de Alvalade. Quando Polga, aos três minutos, cometeu uma falha incrível, esperava-se que não repetisse o lance. Erro fatal de pensamento, porque o brasileiro não aprendeu e deixou Candeias partir para o 2-0. Inaceitável, inadmissível.
Um problema Nacional
Domingos nem esperou pelo descanso e lançou Carrillo para agitar; o intervalo trouxe também Capel no lugar do regressado Jeffrén. O Sporting trazia mais vontade, puxado pelos adeptos. O Nacional saía da primeira parte apenas com um problema. O cartão de Stojanovic. Caixinha substituiu-o por Márcio Madeira, para evitar a expulsão. Já depois de o leão se instalar no meio-campo madeirense e começar o assalto à baliza de Vladan, o médio transformado em lateral seria expulso por duplo amarelo.
Antes, visível ainda o problema recorrente do Sporting. Meter a bola na baliza é difícil. Para o Sporting, por vezes, parece que ainda é mais. Vários jogos - Benfica, Rio Ave e até FC Porto - provam-no. E com Bojinov no lugar de Van Wolfswinkel, a tarefa torna-se maior ainda. Mesmo frente a dez.
Com pior poder de fogo na frente, foi preciso aparecer alguém detrás para marcar. Elias reduziu, curiosamente já sem Skolnik em campo, e a passar por Andrés Madrid. O 1-2 lançava o leão numa grande ofensiva final, com um «blitz» à área de Vladan, guarda-redes que adiou o empate até ao limite.
Mas o limite chegou. Rondon tinha assustado num lance de contra-ataque, mas foi Schaars quem marcou. Na última jogada do encontro, a bola batida pelo holandês rolou para o fundo das redes. Protestaram os madeirenses, aparentemente, sem razão. Levam para a Madeira um empate a dois golos. Vantagem mínima, mas vantagem, a desafiar todas as probabilidades pré-jogo. Quanto ao Sporting, está avisado e pelo que fizeram as equipas em Alvalade, antevê-se que esta eliminatória só se define com o virar da última carta.
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