* Por Tiago Antunes

O mercado de transferências deste verão vai ficar marcado pelas várias contratações de jogadores de topo a custo zero. O Barcelona já garantiu Memphis Depay, Sergio Aguero e Eric Garcia, o Paris Saint-Germain contratou Gini Wijnaldum e tem Donnarumma e Sérgio Ramos quase fechados, o Real Madrid conseguiu David Alaba, o Inter «roubou» Calhanoglu ao rival Milan, e com certeza, olhando para a lista de jogadores livres, o mercado a custo zero não ficará por aqui.

O Maisfutebol foi à procura e reuniu uma lista com algumas das melhores transferências a custo zero no futebol nacional e internacional que provaram que o barato por vezes dá milhões.

  1. Robert Lewandowski - Bayern Munique

Destaque nas últimas três temporadas feitas no Dortmund, com 94 golos marcados, Lewandovski ficou livre no mercado no verão de 2014. Mandzukic saiu do Bayern para o Atlético de Madrid e para o seu lugar entrou Lewandovski numa impressionante mudança entre rivais. Bateu recordes, foi Bota de Ouro em 2020, com 41 golos, melhor marcador da Bundesliga seis vezes, quatro delas seguidas, melhor marcador da Champions em 2019/2020, com 15 golos, campeão na Alemanha nove vezes seguidas, duas no Dortmund e sete no Bayern. Como está, dificilmente haverá outra.

  1. Paul Pogba – Juventus

Na época 2011/2012, um jovem francês chamado Paul Pogba entrava na equipa principal do colosso Manchester United e procurava o seu espaço. Sete jogos foi tudo a que Pogba teve direito, não convencendo Sir Alex Ferguson a mantê-lo na equipa. Em final de contrato, o médio francês mudou-se sem custos para a Juventus, onde foi gradualmente ganhando importância no onze inicial. Quatro campeonatos italianos, duas Taças de Itália e três Supertaças depois, Pogba saiu de novo para o Manchester United, mas desta vez por qualquer coisa como 105 milhões de euros.

  1. Andrea Pirlo – Juventus

401 jogos depois, o «L'Architetto» do futebol do Milan, Andrea Pirlo, saía do clube «rossoneri» em final de contrato para se juntar à Juventus. No Milan, em 10 anos, venceu dois campeonatos, uma Taça de Itália, duas Supertaças e duas Ligas dos Campeões. Na «vecchia segnora», Andrea Pirlo juntou ao seu palmarés, em quatro anos, quatro campeonatos, uma taça italiana e duas Supertaças. Uma carreira recheada de sucessos e a baixo custo.

  1. Cafu – Milan

Cafu jogava desde 1997 pela Roma. Depois de um «scudetto» e da capitania da seleção brasileira no Mundial de 2002, o defesa direito, considerado um dos melhores da história do futebol, desembarcou em Milão para começar uma nova aventura. Chegou ao Milan a custo zero e deu de caras com uma equipa ainda mais forte do que a anterior. Acompanhado por Dida, Rivaldo, Seedorf, Rui Costa, Gattuso, Pirlo, Inzaghi, Shevchenko, Maldini, Nesta e Kaká, o jogador brasileiro conquistou logo na primeira época mais um campeonato italiano e chegou, mais tarde,  ao título que lhe faltava no currículo: a Liga dos Campeões. Jogou 166 jogos pelo Milan até 2008, quando colocou um ponto final numa bonita história do futebol, com 23 troféus entre clubes e seleção.

  1. Luís Figo – Inter

No mercado em que Michael Essien e Shaun Wright-Phillips custaram um valor combinado de 69,5 milhões de euros ao Chelsea, Sergio Ramos com 19 anos custou 27 milhões ao Real Madrid e Michael Owen fez o Newcastle gastar 25 milhões, houve uma contratação a custo zero que valeu muitos troféus. Luís Figo, aos 33 anos, viajou para Itália para representar o Inter de Roberto Mancini e, mais tarde, de José Mourinho, o seu último treinador. O avançado português, que nos «nerazzurri» jogou menos ao ataque, jogou 140 jogos e ajudou o Inter a vencer quatro campeonatos italianos, uma Taça de Itália e três Supertaças antes de arrumar as botas aos 36 anos de idade.

  1. Edinson Cavani - Manchester United

O avançado uruguaio vinha de sete épocas seguidas no Paris Saint-Germain. Goleador nato, esteve apagado na última época em França, marcando apenas sete golos em 22 jogos. Aqueceu o mercado de verão da época passada ao ser apontado como grande hipótese no Benfica, mas acabou por assinar a custo zero com o Manchester United. Na primeira época em Inglaterra, em 39 jogos, Cavani marcou 17 golos, ajudou os «red devils» na campanha da Liga Europa até à final, que perderam nos penáltis, e ainda no campeonato, no qual foram vice-campeões.

  1. Kingsley Coman – Juventus

Estava a nascer no Paris Saint-Germain uma nova pérola do futebol. Kingsley Coman subiu ao plantel principal na época 2013/2014, sendo visto como uma promessa entusiasmante, mas acabou por ser pouco usado por Laurent Blanc, participando em apenas três jogos. Em final de contrato, a Juventus agarrou o jovem prodígio que em dois anos em Itália conquistou dois campeonatos italianos, duas Taças de Itália, uma Supertaça e chegou a uma final da Liga dos Campeões, perdida frente ao Barcelona por 3-1. Fora isso, aquando da partida para o Bayern, deixou nos cofres da «vecchia signora» 21 milhões de euros.

  1. Zlatan Ibrahimovic - Manchester United

Depois de 156 golos em quatro anos no Paris Saint-Germain, Ibrahimovic procurava novos ares para a sua carreira. Já tinha jogado no Milan, no Inter, na Juventus, no Ajax, no Barcelona e faltava-lhe uma liga de topo: a Liga Inglesa. Aceitou o desafio de José Mourinho e aventurou-se no Manchester United, que ficou sem um ponta de lança depois da saída de Chicharito Hernandéz. No primeiro ano venceu a Taça de Inglaterra, a Community Shield e a Liga Europa e foi o sétimo melhor marcador da liga, com 17 golos. Na época seguinte perdeu espaço com a entrada de Romelu Lukaku e acabou por sair para a América, para o LA Galaxy.

  1. Thiago Silva – Chelsea

Xerife no Milan e no Paris Saint-Germain, capitão por onde passou, um líder nato e um jogador de excelência. Thiago Silva colocou um ponto final na passagem pelo clube francês no final da época passada, depois de ter perdido a Liga dos Campeões frente ao Bayern. Livre no mercado, o defesa brasileiro mudou-se para o Chelsea, na sua primeira experiência no futebol inglês. Thiago Silva foi até a contratação mais barata do Chelsea num mercado que custou 247,20 milhões aos «blues». No final da época, que começou com Frank Lampard e terminou com Thomas Tuchel, o Chelsea terminou o campeonato em quarto lugar e venceu a Liga dos Campeões.

  1. Leon Goretzka – Bayern

Destaque no meio-campo do Schalke, com 147 jogos na equipa principal, Goretzka deu no verão de 2018 o salto que merecia. Em fim de contrato, mudou-se para o Bayern, que não deixou escapar a oportunidade de contratar um dos maiores talentos do futebol alemão dos últimos anos. Entrou em grande na primeira época no campeão alemão e participou em 42 jogos, marcando nove golos. Tornou-se uma peça importante na equipa, entrou na seleção principal da Alemanha e, em três anos, conquistou três Bundesligas, duas Taças da Alemanha, uma Supertaça e ainda uma Liga dos Campeões.

  1. James Milner – Liverpool

No verão de 2015, o inglês James Milner ficava sem contrato com o Manchester City, clube que representava há cinco anos. Com 29 anos de idade e bastante experiência no futebol inglês, tendo representado ainda Leeds, Newcastle e Aston Villa, Milner tornou-se um alvo apetecível para qualquer clube no país. Brendan Rodgers, treinador do Liverpool, viu no médio inglês o jogador que precisava para o seu plantel. Durante a época o clube mudou de técnico, entrando o alemão Jurgen Klopp, que tornou o jogador num verdadeiro universal. De médio centro, Milner passou a médio ala, médio ofensivo e defesa, tanto direito como esquerdo. Um dos capitães dos «reds» durante seis épocas, Milner já jogou 250 jogos e conquistou com a camisola do Liverpool um campeonato inglês e uma Liga dos Campeões.

  1. Jonas – Benfica

O Benfica perdia, no verão de 2014/2015, o seu goleador de várias épocas, Óscar Cardozo, ficando aberta a vaga no onze. Mesmo contando com Lima para a posição, Jorge Jesus foi a até Espanha buscar o seu finalizador. Jonas, que tinha sido dispensado do Valência, treinado por Nuno Espírito Santo, era o escolhido de JJ. Na primeira época de águia ao peito, com 31 anos, foi o segundo melhor marcador da Liga, com 20 golos, um a mais que Lima e outro a menos que Jackson Martinez. Durante cinco anos encheu as medidas na posição, garantindo um total de 137 golos aos encarnados e ajudando em quatro títulos de campeão nacional, uma Taça de Portugal e duas Taças da Liga. Terminou a carreira a junho de 2019 devido a problemas na zona lombar lhe condicionaram o desempenho.

  1. Adrien Rabiot – Juventus

Mais um jovem que o Paris Saint-Germain perdeu para a Juventus. Adrien Rabiot mostrava-se na equipa principal dos franceses e, em final de contrato na época 2018/2019, ao fim de 227 jogos pela equipa principal dos parisienses, mudou-se para Itália para reforçar o meio-campo que, além dele, tinha ainda Sami Khedira, Blaise Matuidi, Miralem Pjanic, Aaron Ramsey, Rodrigo Bentancur e Emre Can. Venceu, até agora, um Campeonato de Itália, uma Taça de Itália e uma Supertaça, além de vencer o Mundial de seleções em 2018 e chegar à final do Europeu de 2016, perdida para Portugal.

  1. Iker Casillas – FC Porto

Lenda no Real Madrid, clube que representou durante 25 anos, Iker Casillas, apesar do desgosto, colocou um ponto final na sua passagem pelos «merengues», em 2015. À procura de um novo guardião, o FC Porto sonhou alto e conseguiu assegurar a contratação de Casillas. Um dos melhores guarda-redes da história do futebol mundial, Casillas jogou quatro anos no Dragão, onde foi uma vez campeão nacional. Em maio de 2019, durante um treino dos azuis e brancos, o guarda-redes espanhol sofreu um enfarte do miocárdio, sendo obrigado a terminar a carreira no imediato.

  1. Michael Ballack – Chelsea

Uma das caras do Bayern de 2002 a 2006, treinado por Ottmar Hitzfeld e Felix Magath, Ballack terminou contrato com o clube bávaro aos 29 anos, depois de três títulos conquistado. O mercado ficou animado e quem esfregou as mãos foi o Chelsea, na época treinado por José Mourinho, que garantiu o jogador alemão a custo zero para dividir o meio-campo com Frank Lampard e Michael Essien. Foi preciso chegar á última época de contrato com o clube de Londres para Ballack vencer um campeonato inglês, sob o comando de Carlo Ancelotti. O lucro foi «meramente» desportivo porque o alemão deixou Inglaterra no final do seu contrato, depois de 167 jogos, voltando ao Leverkusen onde terminou a carreira.

  1. Miranda - Atlético de Madrid

Depois de vários anos como titular indiscutível no onze do São Paulo, o defesa central Miranda foi pescado pelo Atlético de Madrid em final de contrato com o tricolor paulista. Aos 27 anos de idade, Miranda chegou no início daquele que seria um dos melhores períodos do clube madrileno nos últimos anos, tornou-se um dos capitães da equipa e, em quatro épocas nos «colchoneros», venceu um campeonato espanhol, uma Taça de Espanha, uma Supertaça e uma Liga Europa. Ao lado de Diego Godín, foi um dos destaques do clube durante anos, até sair em 2015/2016 para o Inter.

  1. Ronaldinho Gaúcho - Atlético Mineiro

No verão de 2012 o Flamengo fartou-se de um dos maiores jogadores que teve no seu plantel. Após uma passagem conturbada pelo «mengão», Ronaldinho Gaúcho acabou dispensado no final de um contrato de dois anos e o Atlético Mineiro não quis perder a oportunidade de o contratar. Aquele que um dia foi conhecido como o irmão do Assis que jogou no Sporting já era um dos maiores craques do futebol mundial. Campeão em Espanha, Itália, na seleção brasileira, Bola de Ouro, Bota de Ouro, Rei da América, Ronaldinho aceitou o convite e chegou ao «galo» sob alguma desconfiança dos adeptos. Aos 32 anos, o rei do drible mostrou estar ainda dentro da validade e em pouco mais de dois anos jogou 88 jogos, marcou 28 golos e venceu dois campeonatos estaduais, uma Taça Sul-americana e uma Taça Libertadores.

  1. Frank Ribery - Marselha

Aos 22 anos, Frank Ribery jogava no Galatasaray onde conquistou uma taça e marcou apenas um golo em 17 jogos. Em 2005/2006, o Marselha viu qualidade no jovem avançado e recrutou-o a custo zero. Em duas épocas, Ribery conquistou uma Taça Intertoto e chegou ao segundo lugar da Liga Francesa. Com 19 golos na passagem pelo Orange Vélodrome, o francês protagonizou um dos maiores encaixes financeiros do Marselha, garantindo ao clube 30 milhões de euros quando saiu para o Bayern.

  1. João Vieira Pinto – Sporting

No verão de 2000, o capitão do Benfica era dispensado. João Vieira Pinto saía do clube que representava há oito anos naquela que será, talvez, uma das decisões mais incompreensíveis da história do futebol português. Quem saiu a rir da situação foi o Sporting, que roubou o menino de ouro ao rival. João Vieira Pinto, de 28 anos, caiu nas graças dos adeptos «leoninos» e na segunda época de leão ao peito impressionou ao lado de Mário Jardel. Em 43 jogos, o internacional português marcou 12 golos e contribuiu para o título de campeão nacional de 2001. A ligação ao clube da Luz não fez mossa na prestação em Alvalade, onde ficou mais duas épocas. No total, João Pinto jogou 145 jogos e marcou 32 golos, saindo em 2004 para a casa de partida, o Boavista.

  1. Rui Costa – Benfica

Um dos símbolos maiores das «águias», Rui Costa voltou ao Benfica em 2006, depois de terminar o contrato que tinha com o Milan, para encerrar a carreira onde sempre quis estar. Nunca escondeu o sentimento que tinha pelo clube encarnado, possivelmente a principal justificação para o regresso a Portugal. Venceu um campeonato italiano, três Taças de Itália e duas Supertaças em 12 anos de Fiorentina e Milan. Não venceu qualquer troféu no regresso ao Benfica, mas espalhou magia pelos relvados portugueses com a camisola 10 aos 35 anos de idade. Talvez o maestro mais barato da história.