O Chelsea entrou em campo, valha-nos alguma referência. Mas, tirando José Mourinho, o mercado de Inverno tem tido poucos protagonistas e poucas movimentações. Lento, com alguns sinais de que ainda pode agitar, a pouco mais de uma semana do fecho da janela de transferências nas principais ligas europeias. Há alguns negócios grandes sobre a mesa, a começar pela hipótese de o Manchester United contratar Juan Mata ao Chelsea. 

Nemanja Matic e Kevin de Bruyne foram até agora as transferências mais caras desta janela de janeiro. Agora junta-se-lhes a do egípcio Mohamed Salah, contratado ao Basileia, já anunciada e em fase de conclusão. Todas têm o Chelsea como protagonista. 

Os Blues compraram o passe do médio sérvio ao Benfica por 25 milhões de euros e venderam De Bruyne ao Wolfsburgo. Os valores oficiais não foram divulgados, a imprensa alemã falou igualmente em 25 milhões de euros, o site especializado Transfermarkt atribui-lhe um valor de 17 milhões. E tem apenas contabilizadas até agora mais duas transferências neste período acima dos 10 milhões de euros: a do brasileiro Leandro Damião do Inter Porto Alegre para o Santos (13 milhões) e a do avançado marfinense Lacina Traoré do Anzhi para o Mónaco (10 milhões).

Por falar neles. O Mónaco, o mais novo novo-rico do futebol europeu, passe a repetição, tem estado bem mais calmo em janeiro, depois dos 150 milhões, mais coisa menos coisa, que gastou no verão com João Moutinho, James e Falcao, entre outros. Mas, além de ter contratado Traoré, o clube do principado também voltou a Portugal, desta vez para levar de Braga o lateral nigeriano Elderson. Quanto ao PSG, outro dos habituais agitadores de mercado, tem estado sossegado.

O ausente mais notável deste período tem sido o mercado russo, que nos últimos anos contribuiu muito para agitar as águas, como comprador. Mas sobretudo neste caso ainda é cedo para falar: na Rússia o mercado só fecha a 27 de fevereiro, pelo que a gestão dos prazos é bem diferente.

Veja aqui quando fecha o mercado em cada país

Os movimentos a que se assistiu até agora até são em sentido contrário, jogadores que trocaram o campeonato russo por outros. Como o japonês Honda, que trocou o CSKA Moscovo pelo Milan e o irlandês Aiden McGeady, que deixou o Spartak Moscovo para assinar pelo Everton. E Djibril Cissé, que do Kuban Krasnodar para o Bastia, de regresso a França, ou ainda o internacional ganês ganês Majeed Waris, cedido pelo Spartak Moscovo aos franceses do Valenciennes.

Alguns destes movimentos estão relacionados com o facto de ser ano de Mundial e haver jogadores que procuram estar em campeonatos mais visíveis e onde possam ter mais oportunidades, para não perderem o comboio das suas respetivas seleções. Ou, nalguns casos, voltar a entrar nas equações dos selecionadores, das quais já não faziam parte.

São os casos, por exemplo, de Alessandro Matri, que trocou agora o Milan pela Fiorentina. Ou de Kevin de Bruyne, ou do costa-riquenho Bryan Ruiz, que deixou o Fulham para rumar ao PSV. Depois há os veteranos que procuram relançar carreiras, como Cissé, ou o argentino Jonas Gutierrez, que trocou em Inglaterra o Newcastle pelo Norwich. Ou, no caso português, Ricardo Quaresma.

O extremo que regressou ao FC Porto depois de rescindir com o Al Ahly é a entrada mais sonante na Liga portuguesa até agora. A tendência em Portugal tem sido mais ou menos semelhante à do resto da Europa. Poucas entradas, algumas saídas para arrumar a casa. O Sporting fez vários movimentos nessa direção, tendo resolvido vários casos pendentes: Labyad (Vitesse), Rinaudo (Catania), Cissé (Arouca), ou ainda Diogo Salomão, de regresso ao D. Corunha. Quanto a entradas, o Sp. Braga tem sido um dos clubes mais ativos. Contratou Rusescu (avançado, ex-Sevilha), André Pinto (defesa, ex-Panathinaikos), Battaglia (médio, ex-Racing Avellaneda, Kadu e Agdon (ex-V. Bahia).

Entre os grandes campeonatos, Espanha tem estado particularmente parada. Barcelona e Real Madrid não se mexeram até agora, o At. Madrid foi buscar o argentino Sosa e cedeu Léo Baptistão ao Bétis, o Valência levou de Portugal o jovem Ruben Vezo e cedeu Rami ao Milan, de resto pouco mais a justificar referência.

Em Inglaterra, além do Chelsea, também não houve até agora grandes movimentações. O Tottenham irá perder Jermaine Defoe em fevereiro, para o Toronto FC, quanto a entradas de relevo nos principais clubes nada de mais, para já.

Houve mais alguma agitação em Itália. Por parte do Milan e da Fiorentina, já referidos, mas também da Roma, que foi buscar Michel Bastos. Algumas saídas também, como Alvaro Pereira do Inter. Esteve em cima da mesa um negócio de peso, a troca de Guarin por Vucinic entre Inter e Juventus, mas não avançou. A ver.

Da Alemanha a principal notícia que chegou relativa a mercado era antiga e só terá efeitos práticos a partir da próxima época. Lewandowski vai mesmo trocar o Borussia Dortmund pelo Bayern Munique no verão, como já toda a gente tinha percebido.