Pouco mais de um mês passou desde que as épocas terminaram nos principais países da Europa. E ainda falta cerca de um mês, a um mês e meio, para começarem as novas temporadas. Mas o mercado de transferências que só termina no final de agosto não tem parado. Pelo contrário, tem estado a funcionar a todo o gás e estão prometidas mais mudanças «bombásticas», num mercado que se vai destacando não apenas pelos valores envolvidos.

As transferências já oficializadas pelas partes respetivas mostram não só que (nesta altura do campeonato) já se está a apostar a sério nos reforços dos planteis (pelos valores investidos) como mostram também algumas outras tendências do atual futebol europeu na distribuição dos jogadores de primeira linha.



Jackson Martínez (avançado colombiano)
Do FC Porto (Portugal) para o At. Madrid (Espanha)
35 milhões de euros

Danilo (defesa brasileiro)
Do FC Porto (Portugal) para o Real Madrid (Espanha)
31,5 milhões de euros (confirmado logo em março)

Douglas Costa (avançadobrasileiro)
Do Shakhtar (Ucrânia) para o Bayern Munique (Alemanha)
30 milhões de euros

Aleix Vidal (avançado espanhol)
Do Sevilha para o Barcelona (Espanha)
18 milhões de euros (mais de 4 dependentes de variáveis)



Estes jogadores mostram que os preços dispostos a pagar voltam a estar altos e que valores mais altos por outros alvos não espantarão (quando acontecerem), como já aconteceu neste último mês. Mas mostram também que os clubes espanhóis (assim como o Bayern Munique, mais perto dos estrangeiros de topo do que o resto dos alemães, como tem sido regra) continuam a mostrar todo o seu poder financeiro na construção do poderio futebolístico.

Assim como acontece em Inglaterra, onde a riqueza dos clubes, a forma como o negócio é gerido, abrem portas a muitas e caras mudanças. Quer entre os clubes adversários entre si, quer por contratações a outros países menos competitivos tanto financeira como desportivamente.

Enquanto os clubes espanhóis de topo – como o Real Madrid, Barcelona e, agora, também o Atlético ou o Valencia –, assim como o Bayern, cavam grandes diferenças para a concorrência interna, os clubes ingleses também têm os seus «gigantes», mas que existem num panorama bem mais gastador a nível global e com o dinheiro a circular muito dentro do mesmo país.



Memphis Depay (avançado holandês)
Do PSV (Holanda) para o Manchester United (Inglaterra)
35 milhões de euros

Nathaniel Clyne (defesa inglês)
Do Southampton (Inglaterra) para o Liverpool (Inglaterra)
17,5 milhões de euros

Petr Cech (guarda-redes checo)
Do Chelsea (Inglaterra) para o Arsenal (Inglaterra)
14 milhões de euros

Payet (médio francês)
Do Marselha (França) para o West Ham (Inglaterra)
15 milhões de euros

Firmino (avançado brasileiro)
Do Hoffenheim (Alemanha) para o Liverpool (Inglaterra)
41 milhões de euros (ainda sujeito a exames médicos por realizar)



Outra realidade está, entretanto, a ganhar forma muito consistente: o regresso dos clubes italianos aos grandes investimentos. Se a força da Juventus (já) não espanta, o Milan e, sobretudo, o Inter, estão a apostar muito forte na (re)construção de equipas mais competitivas quer para consumo interno quer nas competições europeias – facto ao qual não será alheio o investimento asiático nos dois emblemas milaneses.



Mandzukic (avançado croata)
Do At. Madrid (Espanha) para a Juventus (Itália)
18 milhões de euros

Kondogbia (médio francês)
Do Monaco (França) para o Inter (Itália)
35 milhões de euros

Paulo Dybala (avançado argentino)
Do Palermo (Itália) para a Juventus (Itália)
32 milhões de euros (que podem ser 40 milhões atingidos objetivos contratuais)

Miranda (defesa brasileiro)
Do At. Madrid (Espanha) para o Inter (Itália)
3 milhões por empréstimo com contratação fixada em 9,5 (mais 2 de bónus)



Entre estas grandes transferências do ainda curto defeso – pela qualidade dos jogadores e pelo valor pago por eles – a contratação de Jackson Martínez é exemplo não só dos preços a pagar pelos melhores, mas de que muito mais está para acontecer. O Atlético contratou o jogador do FC Porto e transferiu Mandzukic para a Juventus.

A «Juve» contratou o croata que teima em jogar no vice-campeão europeu quando já tinha garantido o promissor Dybala – a saída de Carlos Tevéz não rendeu mais de 5 milhões de euros (e direitos sobre Guido Vadalá). As regras do fair-play financeiro da UEFA agora aliviadas para enfrentar a concorrência de outros pontos do continente ficarão mais favoráveis para o efeito dominó do mercado de transferências.

Paulinho (médio brasileiro)
Do Tottenham (Inglaterra) para o Guanghzou Evergrande (China)
14 milhões de euros

O At. Madrid não só colmatou com Jackson a saída de Mandzukic (que tinha compensado a saída de Diego Costa uma no antes), mas vai também ter voltar ao mercado para suprir a vaga na defesa deixada por Miranda. A equipa de Simeone promete ser das mais interventivas no mercado, pois também o meio-campo ficará debilitado à espera de reforços confirmando-se o que já parece só carecer de oficialização: a saída de Arda Turan para o Barcelona.

Também o Real Madrid terá de ir buscar um defesa central à altura se Sergio Ramos deixar mesmo a equipa merengue. E já se fala de Otamendi como eventual escolhido...

Um dos destinos que têm sido apontados para Ramos é o Manchester United, de quem os espanhóis pretendem De Gea. Um guarda-redes no seu máximo é fundamental para ganhar campeonatos – que o diga o Arsenal pela aposta que fez em Cech – e o Manchester pode ganhar ainda mais protagonismo no mercado.

A saída de Di María continuará em cima da mesa e um substituto para Falcao – que está cada vez mais perto do Chelsea – também é pretendido em Old Trafford. E o Milan que perdeu Jackson continua a ter o mesmo dinheiro para Bacca... Entre aquele que será o mais pretendido do momento – Paul Pogba – os espanhóis (Real Madrid e Barcelona) colocam-se eles próprios como os mais bem posicionados para conseguir aquele que é avaliado como a contratação mais cara dos que estão em vias de transferência.



O efeito dominó também se faz sentir por cá e o FC Porto não só voltou a fazer das maiores vendas de sempre, como fez a maior contratação de sempre para o futebol português. Os dragões viram vários reforços emprestados na última época voltarem à procedência e já começaram a investir o encaixe financeiro das vendas.

Imbula é a grande contratação do defeso português, em que o Benfica já interveio bastante na parte das compras, mas ainda sem fazer grande investimento, assim como o Sporting. Com a exceção do FC Porto, os clubes portugueses estão mais vendedores – Gaitán continuará no mercado – no que respeita a transferências significativas, como, também nesta quarta-feira, se viu com o Sp. Braga – e com os ingleses do meio da sua tabela envolvidos.

Imbula (médio francês)
Do Marselha (França) para o FC Porto (Portugal)
20 milhões de euros

Éder (avançado português)
Do Sp. Braga (Portugal) para o Swansea (País de Gales)
7 milhões de euros

Cédric (defesa português)
Do Sporting (Portugal) para o Southampton (Inglaterra)
6,5 milhões (valor máximo possível)

Carcela (avançado marroquino)
Do Standard Liège (Bélgica) para o Benfica (Portugal)
4 milhões de euros