É certo que o início de temporada do Desp. Aves não tem sido brilhante, mas um líder tem o dever de estar ao lado do grupo que dirige, nos bons e nos maus momentos. Por isso, o prof. Neca faz a defesa do seu plantel e enaltece a «impressionante» evolução da maioria dos seus atletas ao longo dos últimos dois anos. O treinador lembra que «alguns ainda conduziam táxis há pouco tempo» e sente que têm capacidades mais do que suficiente para singrar no mundo do futebol.
«O crescimento e a melhoria de alguns foi mesmo impressionante. Vejam-se os casos do Hernâni, que estava há dois anos na 3ª divisão, do Xano, que veio do Braga B e do próprio Fredy, que andou um bocadinho perdido na Liga de Honra e tentou a sua sorte nos países árabes. Tudo elementos que estão a crescer», vinca o ex-seleccionador das Maldivas, que faz prova da «harmonia» existente no grupo com os casos dos experientes Vítor Manuel e Sérgio Nunes.
«O Vítor tem 36 anos e nunca jogou tanto e tão bem como está a fazer agora. Trabalha sempre nos limites e transmite os seus valores aos mais novos. O mesmo se passa com o Sérgio Nunes. Quando cheguei cá, era um jogador desmotivado e sem confiança, agora é um membro essencial na equipa. Isto prova que estamos no caminho certo.»
Tão certo que define uma meta bem clara, a manutenção, que nem os dois míseros pontos contabilizados podem colocar em causa. «Não estou nada preocupado com isso. Pelo conhecimento que tenho da minha equipa e do futebol que possuímos, estou certo de que vamos ficar para cima da 14ª posição.»
Primeira vitória frente ao Benfica «ainda virá a tempo»
À procura da primeira vitória no campeonato e de um inédito triunfo sobre o Benfica numa carreira que já vai longa. Neca já defrontou os encarnados inúmeras vezes, na condição de técnico adversário, mas nunca venceu. Ainda irá a tempo de o fazer? «Estou certo que sim. Estar em clubes pequenos torna isso difícil, mas tenho essa esperança. Que se concretize ainda este ano», pede, antes de recordar um empate histórico, obtido há 18 anos.
«Era eu treinador do Tirsense e o Benfica tinha ganho todos os jogos até jogar no nosso estádio. Aí cedeu um empate e o senhor Eriksson reconheceu as dificuldades que sentiu. Gosto de viver das boas recordações e essa é uma recordação boa.» Acrescente-se que nesta última quinta-feira, o prof. Neca alimentou essas boas memórias numa visita ao Estádio Abel Alves Figueiredo, em Sto. Tirso. O único lugar onde já roubou pontos ao Benfica.