Conhecido como o técnico das subidas de divisão, Vítor Oliveira já treinou vários jogadores. Um deles ficou-lhe na memória como o melhor de todos e em entrevista ao Maisfutebol o treinador revelou quem foi.

Com um percurso de fazer inveja, o técnico disse ainda com quem aprendeu a ser treinador e afirmou que em Portugal não se dá mérito a quem o tem.

Já treinou 17 clubes diferentes, ou seja já treinou centenas de jogadores. Qual foi o melhor até hoje?
Indiscutivelmente o Drulovic. Foi meu jogador no Gil Vicente e era absolutamente fantástico. Apareceu do nada em Barcelos, à experiência, contratámo-lo e passado ano e meio estava a jogar no FC Porto, onde foi uma figura importantíssima durante anos e depois foi para o Benfica.

E o pior?
O pior é difícil de dizer. Mas, sim, apanhei alguns jogadores maus, com pouca qualidade e que não conseguiram fazer carreira no futebol português.

É difícil fazer carreira em Portugal?
Vamos lá ver… enquanto treinadores não somos verdadeiramente reconhecidos. O papel de treinador tem-se vindo a esgotar. Lá fora somos mais reconhecidos. Além-fronteiras temos êxito. Temos treinadores fantásticos, os melhores do Mundo inquestionavelmente. Mas, como é típico do português, não lhes damos reconhecimento. Somos invejosos e não lhes damos mérito. Para os jogadores penso que é mais fácil pela entrada dos empresários. Praticamente todos os jogadores têm empresários, que mexem com o futebol e com os clubes e conseguem enquadrar os seus jogadores em qualquer equipa.

O Vítor Oliveira tem um percurso notável e só a nível nacional... seguiu algum exemplo para chegar até aqui?
Não, mas tive treinadores que foram muito importantes na minha carreira. Por exemplo, o Manuel José, Mário Imbelloni, António Teixeira e o Quinito. Tive uma série deles. Fui bebendo coisas de uns e de outros, coisas boas e negativas e fui selecionando. Fui tentando filtrar, criando as minhas ideias e fui tentando cimentar isso pela minha cabeça, lembrando-me sempre do bom e do mau que passei enquanto jogador.

Já que o último clube que ajudou a subir foi o União da Madeira e que os seus jogadores são menos conhecidos para quem segue mais a Liga… há jogadores do plantel a ter em conta?
Claro. Penso que o União tem uma série deles que podem fazer uma boa carreira, mas esta equipa, por si só, não chega para a primeira Liga. Terá que se reforçar e que se reforçar bem. Os que vierem vão ajudar os que estão a crescerem ainda mais e a serem cada vez mais úteis ao União da Madeira e ao futebol português.

Treinou o Filipe Chaby, das escolas do Sporting. Jogador que chegou em janeiro, por empréstimo e que ainda não se afirmou em Alvalade. Acredita que 2015/2016 pode ser esse ano de afirmação?
A meu ver, penso que precisa ainda de crescer e maturar fora do Sporting. Acho que em Alvalade terá poucas possibilidades de êxito e fora poderá continuar a crescer, porque tem um fator muito importante num jogador: talento. Mas precisa de melhorar as suas qualidades cógnitivas e físicas por forma a conseguir suportar o talento que tem. Se continuar fora do Sporting será benéfico para ele.
 


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