David Trezeguet ultrapassou a fasquia dos 300 golos no futebol profissional. O avançado franco-argentino celebrou recentemente o seu 36º aniversário e não foge à inevitável realidade: «A pouco e pouco, a minha longa carreira caminha para o seu fim.»

Filho de um antigo defesa argentino, David nasceu em França mas começou a jogar futebol no país das pampas. Não esquecerá os anos passados no Club Atlético Platense. O AS Mónaco foi o destino seguinte.

Para os adeptos portugueses ficará esta curiosidade: o Sporting cruzou-se no caminho do jovem avançado. Trezeguet desatou a marcar golos na temporada 1997/98, quando Sonny Anderson saiu para o Barcelona. Um dos primeiros festejos foi, precisamente, frente à formação leonina.

O Mónaco disputou o Grupo F da Liga dos Campeões e começou mal. Em Alvalade, a formação orientada por Jean Tigana sofrey uma derrota pesada. Oceano, Hadji e Leandro garantiram o triunfo da equipa portuguesa, com David Trezeguet e Costinha do outro lado (3-0).

A equipa monegasca recuperou e somou quatro vitórias consecutivas na prova. Na receção ao Sporting, tremeu inicialmente e sofreu dois golos na primeira parte: Oceano e Luís Miguel marcaram para os leões. Porém, Trezeguet deu início à reviravolta, confirmada com um bis de Thierry Henry (3-2). Segue-se um empate com o Bayer Leverkusen, a outra equipa a seguir em frente na prova, ao contrário dos portugueses.


David Trezeguet marcou frente ao Manchester United nos quartos-de-final mas o Mónaco não conseguiu superar a Juventus na eliminatória seguinte e falhou o acesso ao jogo decisivo. O jogador, de qualquer forma, tinha o futuro pela frente e faria uma dupla de estrondoso sucesso com Henry.

Os dois avançados foram chamados para a seleção francesa e comemoraram o título mundial em 1998. Nos anos seguintes, assumiu-se como goleador na formação monegasca e garantiu a transferência para a Juventus.

Se David Trezeguet marcou 62 golos no Mónaco e deixou saudades, confirmou a sua qualidade ao serviço da Juventus, com 171 golos ao serviço dos transalpinos. Pelo meio, foram 34 na seleção francesa. A este número somam-se 12 no Hércules, na incursão pelo campeonato espanhol, antes do regresso à Argentina.

Quando a Europa apontava para a sua reforma, o avançado fez as malas e atravessou o Atlântico para regressar ao país onde deu os primeiros pontapés numa bola.


Trezeguet queria marcar na sua Argentina. E assim foi. Respondeu ao convite do River Plate com 17 festejos, entre 2011 e 2013. Estava perto dos 36 anos e dos 300 golos. Não se sentia preparado para desistir.

Em julho deste ano, resistiu ao apelo de milhares de adeptos do Toulouse e assinou pelo Newell’s Old Boys. Utilizado maioritariamente como suplente utilizado, o avançado conseguiu marcar dois golos até celebrar o seu aniversário.

A 15 de outubro, apagou as 36 velas e respirou fundo: estava a apenas um golo dos trezentos como profissional. Atingiu a marca frente ao Colón, na última sexta-feita. Com a sua equipa a perder, saltou do banco ao intervalo. Prediger aumentou a desvantagem do Newell’s Old Boys mas David Trezeguet aceitou o desafio. Marcou dois golos, chegou ao patamar e ultrapassou-o.

301 golos em 602 jogos desde 1997. Uma média impressionante. «Atingi um marco muito importante. Marcar 300 golos como profissional não é para qualquer um. A pouco e pouco, a minha longa carreira chega ao seu fim», atirou o ponta-de-lança, depois do encontro. Missão cumprida.