Enquanto Alvalade se prepara para a era 2.0, o Sporting parece seguir também a tendência de se transformar numa versão melhorada da época passada.
No Troféu Cinco Violinos, a equipa de Ruben Amorim bateu o Villarreal por expressivos 3-0 e terá mostrado estar pronta para dar, depois do 4.º lugar em 2022/23, outra música aos adeptos.
O jogo começou com ritmo baixo. Se por um lado o Villarreal circulava com paciência a bola, o Sporting fazia pouco para recuperá-la em zonas adiantadas do terreno.
Quando o fazia, mais à frente ou mais atrás, Gyökeres era quase sempre o homem procurado. O avançado sueco entusiasmou os adeptos leoninos. Pela potência no ataque à profundidade e pela forma como ganhou a maioria dos duelos travados. Foi dele a primeira grande ocasião de golo do jogo, quando aos 18 minutos obrigou Jorgensen a uma grande defesa.
Depois de ter sido essencialmente uma equipa de transição na primeira metade dos 45 minutos iniciais, o Sporting conseguiu ter maiores períodos com bola, o que colocou ainda mais a nu uma das debilidades do submarino amarelo: não está talhado para ser defensivo.
Sem St. Juste (lesionado), Diomande no banco (entrou na segunda parte) e com Eduardo Quaresma como grande novidade no trio defensivo ao lado de Coates e Gonçalo Inácio, o conjunto de Ruben Amorim também evidenciou lacunas defensivas. Subido no terreno e com muita qualidade na circulação, o Villarreal criou aos leões desafios que mostraram também que o Sporting tem ainda arestas para limar na defesa. Dificuldades no controlo da largura e na luta a meio-campo para condicionar o trabalho de Parejo, Terrats e de Santi Comesaña para os homens da frente. Gerard Moreno obrigou Adán a uma grande defesa, atirou uma vez à trave e, menos preocupante do que isso, houve dois golos invalidados por fora de jogo.
Tal como o Villarreal, mas sem a bipolaridade do adversário, os leões estiveram mais calibrados ofensivamente. Quando o golo de Edwards chegou aos 44 minutos, num rasgo de génio do inglês, Alvalade já tinha ensaiado em falso múltiplos gritos de celebração. Matheus Reis, o próprio Edwards, Pote logo a seguir ao 1-0.
A eficácia tantas vezes lamentada por Amorim no passado…
Na segunda parte, o recém-entrado Brereton ameaçou duas vezes ainda a frio para o Villarreal que, ao contrário do Sporting, não melhorou com as substituições.
Paulinho entrou pouco antes da hora de jogo e mostrou que, mais do que lutar pela titularidade com Gyökeres, pode ser sobretudo um bom parceiro para o avançado sueco. O Sporting até pode ter «só» mais um homem para o ataque mas parece ter tantas mais soluções.
Foi com ele, Gyökeres e Pedro Gonçalves, que subiu no terreno a meio da segunda parte, que os leões mostraram alguns dos melhores apontamentos da noite.
Aos 72 minutos, Pote assinou de forma brilhante o 2-0, pouco depois Paulinho fez o terceiro e viu o ferro negar-lhe o quarto golo do Sporting numa noite em que o leão que se, como Alvalade, 2.0 relativamente ao passado mais recente, entusiasmou os adeptos com nova vitória contundente, depois da Real Sociedad, sobre umas das melhores equipas do país vizinho.
E isso, ao som de violinos ou não, é sempre música para os ouvidos de qualquer adepto.