A intenção do Zenit era boa, mas a tradução não podia ser pior. O clube russo disponibiliza no seu site um guia essencial para adeptos em várias línguas (do inglês ao japonês) e o português é uma delas, ou pelo menos tenta ser.

O português Danny dá o rosto ao «manual», composto por 32 páginas de traduções literais sem sentido (grande parte pelo menos) e com total desconhecimento da língua de Camões.

Depois de sabermos que ver um jogo do Zenit no estádio Petrovsky, onde o Benfica vai jogar a primeira mão dos oitavos-de-final da Champions, «é como ver um jogo do Boca Juniors» na Bombonera, os adeptos encarnados que se preparem para o que se segue.

É que «mais de metade dos habitantes da cidade, que ultrapassa os cinco biliões, são adeptos do Zenit», pode ler-se no guia, ainda que o recinto tenha apenas cerca de 21 mil lugares.

Os torcedores locais gostam de cantar «azul-branco-azul-claro em honra das cores da equipa» e que dão cor ao emblema oficial do Zenit, formado pela «flecha, a bola e o naviozinho de ouro com inscrição emoldurada do São Petersburgo Futebol Clube».

Já «o campo do estádio Petrovsky tem cobrimento de erva natural com sistema de aquecimento subterrâneo, que permite-lhe estar verde e confortável para jogar todo o ano».

Mas se no relvado não falta conforto, nas bancadas há outros cuidados a ter, alerta o guia: «O estádio não tem telhado e os adeptos devem estar prontos para os caprichos do tempo. Razoavelmente seria trazer consigo guarda-chuva e capa, no tempo frio não impede roupa quente.»

E se ainda sentir que falta algo, siga as indicações do estômago, já que as outras... só depois de um guia para traduzir o guia essencial para adeptos. «No tempo frio do ano os amadores de futebol podem comprar a sopa quente com empadas russas ou milho quente directamente na arena do estádio», esclarece o documento.