Tulipa, treinador do D. Chaves, diz que a sua equipa se «entusiasmou» frente ao F.C. Porto, na derrota na final da Taça de Portugal (1-2) e, embora garanta que não ficou satisfeito por perder, elogia a equipa e os adeptos.

«Nos primeiros 15 minutos a minha equipa entrou muito bem no jogo, a surpreender o F.C. Porto. Não estamos a falar de um opositor qualquer, estamos a falar de uma das melhores equipas europeias. Se calhar essa confiança acabou por nos atraiçoar. O primeiro golo do F.C. Porto nasce de um erro individual e com estas equipas não podemos dar-nos ao luxo de errar daquela forma. O segundo golo foi um lance de transição, tenho dúvidas se é legal. O F.C. Porto é muito forte nesse momento do jogo», analisou o técnico: «Às vezes as coisas começam a correr tão bem que nos entusiasmamos e libertamos jogadores que não têm por missão envolver-se no processo ofensivo.»

«A equipa perdeu-se um bocadinho na primeira parte, ao intervalo disse aos atletas: Estas equipas sabem lidar muito bem com todos os momentos do jogo. E nós não o soubemos fazer», afirma, admitindo que houve também algum «medo cénico»: «Julgo que sim. Nós só temos um atleta que já participou numa final, o Castanheira. Os outros são oriundos da II Divisão B e Honra. Parece-me que a equipa se ajustou muito bem, mas quis nivelar o jogo em alguns momentos e não se pode fazer isso com o F.C. Porto», considera.

Também defendeu que a equipa não recuperou da desilusão de ter descido à II Divisão: «Têm um dissabor muito grande pelo que não conseguimos fazer na Liga Vitalis e isso foi um obstáculo muito grande.»

«Não acredito que as pessoas ao perderem fiquem satisfeitas. Eu não estou satisfeito. Sou uma pessoa ambiciosa, nova, tenho trabalhado em clubes com alguma dificuldades, mas sei o que pretendo», prosseguiu: «Não fiquei contente, mas fico muito feliz por duas situações: pelo comportamento e desempenho da nossa equipa e por mais uma vez termos tido os nossos adeptos a apoiar-nos. O D. Chaves é um grande clube e está numa região em que as pessoas gostam de futebol. São estas equipas que, bem organizadas, fazem falta ao futebol profissional.»

A esse respeito, e quando questionado sobre o seu futuro, insistiu no tema: «Tenho tempo para analisar a minha vida. Exijo respeito por quem trabalhou com dignidade em prol de tentar m objectivo. Às vezes não se consegue, mas as pessoas não podem fugir aos seus compromissos. Sou profissional, tanto faz em competições profissionais e não profissionais. Agora há uma coisa que ainda não vivi como treinador, treinar uma equipa com a massa adepta que tem o D. Chaves.»

E deixou alguns recados para dentro sobre o futuro do clube: «O clube tem muitas dificuldades. Mas o que acho é que um clube com o tecido social do D. Chaves não pode esmorecer. Tem tudo para se levantar. Agora há é que criar condições. Quando tem massa adepta tem tudo para regressar.»