O jogo entre a Naval e o Desportivo de Chaves, que decidiu a passagem dos flavienses à final da Taça de Portugal, contou com o despertar de um jovem jogador. Edu, que apenas tinha jogado uma vez antes do embate, foi decisivo na conquista da vitória ao marcar os dois tentos que empurraram a sua equipa para o Jamor.

O Chaves fez história e Edu é parte dela. Lançado por Tulipa no decorrer da segunda parte, o avançado correspondeu da melhor maneira à aposta do técnico. Nada que espante Tulipa, tal como indicou o treinador ao Mais Futebol . «Na segunda parte o que me levou a apostar no Edu foi o trabalho que tem feito. Tem trabalhado bem, vi nele a capacidade para poder jogar», explicou Tulipa.

O treinador chegou ao Desportivo de Chaves há quatro semanas e enfrenta uma nova realidade. Um dos elementos desse cenário é o jovem jogador. «Conheci-o agora. Não o conhecia antes. Nestas quatro semanas em que trabalhámos juntos, reparei que o Edu tem potencial, mas ainda é jovem e tem muitas coisas a aprender. Mas estou a gostar do trabalho que tem feito e por isso é que entrou em campo», garantiu.

O sonho começou a construir-se com o sentido de oportunidade do avançado de 19 anos. Camora, defesa do Naval, não ficou bem no retrato, mas Edu revelou instinto de goleador, uma característica enaltecida por Tulipa: «É um atleta que nunca desiste em nenhum lance. Acredita sempre que pode tirar proveito de todas as situações do jogo.»

Humildade e qualidade em igual medida

A inteligência e perspicácia são imprescindíveis para um avançado ter sucesso. E Edu cumpre os requisitos na matéria. «Ele é um miúdo inteligente e percebe quais são as movimentações que os nossos avançados fazem nos treinos. Acabou por tirar partido da situação. É um jogador que não tem medo e a nível táctico respeita muito o que o treinador lhe pede. Portanto, é um jogador que tem tudo para ser bem sucedido», perspectivou o técnico.

Edu foi premiado pela «enorme vontade de aprender que demonstra em cada treino». O futuro avizinha-se risonho, segundo o técnico dos flavienses. Há ali os condimentos necessários para se tornar num bom jogador, mas há que dar os passos certos, na altura certa: «Também fui atleta e falo por experiência própria. Os jogadores têm de saber gerir muito bem as fases da carreira. Estamos a falar de um atleta que vivia no anonimato e que, de um momento para o outro, foi importantíssimo na qualificação do Chaves para a final da Taça. Mas tem que viver agora com os pés bem assentes na terra e continuar a trabalhar, porque há muita coisa que tem de aprender.»

O que vale ser decisivo?

O Desportivo de Chaves saiu da Figueira da Foz com uma certeza: o sonho que era o Jamor tornou-se realidade. Tulipa já faz história, num curto espaço de tempo, e numa competição que não era o principal objectivo do clube. A equipa trava uma dura luta pela manutenção na Honra e os cinco jogos restantes podem dar a Edu a oportunidade de ser preponderante mais uma vez. Tulipa não revelou se o jogador será premiado com a titularidade, depois de vestir a pele de David e derrubar o «Golias» Naval.

Uma coisa é certa: a final da Taça é de facto um grande alento na prossecução do objectivo primordial do Chaves ¿ a manutenção no segundo escalão do futebol português. «As vitórias são sempre bons tónicos. Nunca vi ninguém que ganhasse e que perdesse o ânimo, e nesse sentido é de facto muito importante para encararmos o resto da época. Temos mais cinco jogos para fazer e em todos temos que ter o mesmo espírito que tivemos no jogo contra a Naval. A mesma confiança, a mesma qualidade de jogo e, se possível, os mesmos resultados: vitórias», finalizou.