A maioria dos credores da União de Leiria SAD chumbou esta sexta-feira o plano de viabilização da sociedade no Tribunal de Leiria, com 93 por centos dos votos contra. Os credores exigem 16,84 milhões de euros e a decisão implica portanto a extinção da SAD, que tinha declarado insolvência no início do ano.

O plano, segundo a Lusa, previa o pagamento às Finanças e Segurança Social a 180 meses, a regularização dos ordenados dos funcionários com juros de quatro por cento e o pagamento de dez por cento do valor das dívidas aos credores, num prazo de 10 anos, sem juros passados ou futuros.

A abstenção do Estado na assembleia de credores foi decisiva, pois, apenas com um voto favorável, a SAD poderia ter avançado com o plano de recuperação proposto pelo administrador de insolvência.

«Esperávamos que o Estado votasse favoravelmente para dar hipótese de se votar o plano. A indicação que tínhamos é que ia votar favoravelmente. Esta decisão surpreendeu-nos totalmente», disse, no final da assembleia, o advogado Gonçalo Sampaio.

A liquidação da SAD faz com que o Estado, «que tinha em dívida um montante substancial, abstendo-se, não vá receber um euro», acrescentou o causídico.

Já o clube, que na época passada criou uma nova equipa para disputar os campeonatos distritais, pretende ocupar a vaga da U. Leiria, SAD no futebol sénior, mas a questão é muito complexa, porque esta é detentora dos direitos.

O clube marcou uma Assembleia Geral para discutir o futuro da sociedade desportiva, enquanto a SAD apresentou na Ordem dos Advogados uma queixa contra um vice-presidente do clube por burla, o que dá uma ideia do atrito entre os dois organismos.

[artigo atualizado]