Amanhecer estranho o deste sábado na Marinha Grande. Em vez dos habituais 20 e tal jogadores que vinham comparecendo aos treinos, desta vez apenas seis se apresentaram no Estádio Municipal.

Em causa, estão os poucos que não rescindiram contrato, apenas nove, embora um deles, Copetti, não tenha sido inscrito na Liga, pelo que nem entrou inicialmente nas contas.

Os atletas que compareceram são emprestados pelo Benfica (o referido Copetti, Oblak e Shaffer) ou, de alguma forma, estarão na «órbita» do clube, como Barkroth ou Djaniny. Finalmente, há o caso de Gottardi, que tem a sua situação salarial regularizada. Este último, no entanto, só fez tratamento.

Ausentes, estiveram ainda os dois juniores, Filipe Oliveira e Pedro Almeida, o primeiro chamado para o jogo da respetiva categoria deste domingo, enquanto o segundo, como se sabe, fraturou um braço em Março. Finalmente, há ainda Marcos Paulo, que estava lesionado e viajou, entretanto, para o Brasil.

Devido ao escasso número de elementos, o treino de campo foi substituído por uma sessão de ginásio, no final da qual Shaffer, um dos jogadores pagos pelo Benfica, deu mostras de estar solidário com os colegas.

«Estamos muito tristes com esta situação. Queríamos jogar para sair da posição em que estamos para salvar a U. Leiria da descida. Temos de pensar nos nossos companheiros que não têm dinheiro. Primeiro estão as pessoas e as suas famílias», afirmou à agência Lusa.

Nas mãos de João Bartolomeu

Ainda sem certezas absolutas quanto à realização, ou não, da partida com o Feirense, o argentino tem esperança numa solução a contento de todos. «Seria bom que tudo se resolvesse. Todos queremos jogar amanhã [domingo] e ajudar a U. Leiria», sublinhou.

A bola está agora do lado de João Bartolomeu, presidente demissionário da SAD do Lis, que já assumiu a vontade de acabar com o futebol profissional e, como tal, desistir do atual campeonato. O dirigente tem passado o dia em contatos e comunicará uma resolução a todo o momento.

Foram 16 os futebolistas da U. Leiria que solicitaram a rescisão na última sexta-feira e avançaram, simultaneamente, com ações judiciais alegando salários em atraso depois de não ter sido possível chegar a acordo para o pagamento das verbas em falta.

Só um uma nova renegociação, noutros termos, neste sábado, poderá fazer os atletas voltar atrás e viabilizar a partida com o Feirense. De outra forma, só faltará saber se o clube será punido com falta de comparência, e consequente descida de divisão, ou se desistirá mesmo da Liga, pondo em causa todos os resultados alcançados até ao presente.