O Feirense ficou com os três pontos, e o futebol português com a má imagem. Se algum dia se escrever um livro sobre os momentos mais negativos do futebol português, o dia 29 de Abril de 2012 terá lugar garantido. O dia em que uma equipa, no caso a União de Leiria, entrou em campo com oito jogadores

A formação de Santa Maria da Feira contruiu uma vitória gorda (0-4), como seria de esperar, e conquistou três pontos importantes na luta pela permanência. A formação leiriense deu mais um passo rumo à despromoção, mas o receio passa sobretudo pelo futuro da equipa profissional de futebol.

Oblak adiou até ao limite

Com um inovador 4x3x0, a equipa de José Dominguez abdicou naturalmente da posse de bola, preocupando-se sobretudo em concentrar os oito jogadores nos últimos 20 ou 30 metros do campo. Oblak, mais uma vez em grande nivel, adiou o golo o mais possível, com Shaffer também em plano de destaque. O argentino até fez o primeiro e único remate da equipa da casa, de livre direto, aos 39 minutos.

Por essa altura já o Feirense tinha criado várias situações de golo, ainda que a formação agora orientada por Henrique Nunes tenha sentido algumas dificuldades para encontrar espaço junto à baliza, abusando dos cruzamentos.

O jogo esteve bem perto de ir para o intervalo ainda empatado a zero, mas Miguel Pedro abriu a contagem já em período de descontos, com um cabeceamento certeiro. A partir daí tudo ficou mais fácil, e o Feirense marcou mais dois golos no início da segunda parte. Primeiro por Pedro Queirós (51m), e depois novamente por Miguel Pedro (58m).

A última meia hora disputou-se a um ritmo muito lento, com ambas as equipas à espera do apito final. A capacidade física dos oito jogadores leirienses foi-se esgotando, naturalmente, e o Feirense foi gerindo o esforço. A um minuto do fim apareceu o quarto golo da tarde, apontado por Buval.