A U. Leiria voltou a aproximar-se dos lugares de acesso à Liga Europa graças à vitória desta sexta-feira, em casa, diante do Leixões, na abertura da 22ª jornada da Liga. Depois de quatro jogos consecutivos sem vencer, os homens do Lis deram um pontapé na crise às extensas do penúltimo classificado e saltaram para o sexto lugar, embora com os mesmos pontos do quinto, o V. Guimarães, mas em desvantagem no confronto directo.
No reverso da medalha, os comandados de Castro Santos continuam a via-sacra, isto é, mantêm-se abaixo da linha-de-água e podem ver, não só o V. Setúbal, como outros concorrentes directos, afastarem-se além de ficar também uma porta aberta para a aproximação do «lanterna vermelha» Belenenses. Num terreno difícil - o relvado já é mau por natureza mas com tanta chuva ainda ficou pior -, quando o músculo passou a ditar leis, a União acabou por ser mais feliz mas o Leixões, de forma muito honesta, vendeu cara a derrota e se, tivesse saído do jogo com um ponto, não teria escandalizado ninguém.
O Leixões deve o mérito, a despeito de se encontrar nos fundilhos da classificação, de não vir a Leiria defender muito atrás, apresentando um 4-3-3 bastante elástico que procurava ocupar racionalmente os espaços e, ao mesmo tempo, garantir saídas rápidas para o ataque. Em teoria, tudo isto fazia sentido. O pior foi passá-lo à prática.
O Leiria, com melhores talentos individuais, conseguiu rapidamente o domínio dos acontecimentos e, aqui e ali, juntar-se alguns lances de desequilíbrio, lá está, pela classe e qualidade de alguns dos seus jogadores. Paradigma disso mesmo foi o lance do golo leiriense. Numa boa jogada de ataque, desenhada pela esquerda, Pateiro ganha vantagem sobre Seabra, que acaba por rasteirar o médio da casa.
Na conversão, Marco Soares colocou alguma justiça no marcador, na medida em que a União fora, até então, a equipa mais empenhada em chegar ao golo, sem, contudo, ter beneficiado de alguma oportunidade de revelo até ao assinalar da grande penalidade.
Carlão à segunda
Em desvantagem, o técnico espanhol abriu a frente de ataque, lançando Pouga para o lugar de Didi e os matosinhenses melhoraram a olhos vistos ao ponto de terem chegado ao empate por intermédio do incontornável Zé Manel, que voltou a saltar do banco para dar esperança aos adeptos da equipa do Mar. Por ironia, nesse lance, André Santos poderia ter «matado o jogo» mas o contra-ataque imediatamente lançado por Diego resultou num golo fácil para os forasteiros.
Prosseguindo no capítulo das injustiças, há ainda um golo mal anulado a Carlão, por fora-de-jogo, a assinalar no momento em que a União procurava, a todo o transe, recuperar a vantagem. Não foi à primeira, mas à segunda o goleador brasileiro recolocou a equipa da casa na frente do marcador. Mas o Leixões não se entregou e voltou a introduzir a bola na baliza do Leiria, num lance novamente anulado, para, pouco depois, Pouga falhar inacreditavelmente o empate.