A U. Leiria recuperou o sexto lugar e mantêm intactas as esperanças de chegar à Liga Europa, depois de ter vencido, com dificuldade, o Paços de Ferreira, este domingo. A vitória reveste-se de maior importância por ter sido perante um rival directo, com o qual permutou na tabela, e numa altura em que era preciso não deixar escapar o V. Guimarães, agora outra vez à distância de três pontos.
Os «destaques» do jogo
Os comandados de Lito Vidigal tiveram, todavia, de sofrer para conseguir o triunfo, perante um Paços que se apresentou compacto, conseguiu chegar ao empate num golo a fazer lembrar o de Vata, há 20 anos, frente ao Marselha, e tentou levar o precioso ponto para a Capital do Móvel lutando até ao fim. Foi preciso um Cássio, melhor marcador da equipa, em noite de inspiração, com dois golos, para voltar a colocar a turma da casa no rumo da UEFA.
Como é apanágio das equipas de Ulisses Morais, a primeira preocupação dos Paços foi fechar os caminhos da baliza e tentar evitar os desdobramentos para o ataque dos leirienses, procurando isolar a dupla Cássio e Carlão e impedi-la de ser municiada pelo meio-campo. Foi por isso que os castores se apresentaram com três centrais, linhas muito próximas, bastante coesão e solidariedade defensiva - impressionante como os médios desciam para dobrar ou compensar as subidas dos defesas - mas pouca vontade de atacar.
Recorde o AO MINUTO
O espartilho permitiu manter os locais controlados durante algum tempo mas via-se que o golo podia chegar a qualquer momento. Silas ainda deixou um primeiro aviso, com uma perdida incrível, mas, na jogada seguinte, o mesmo jogador, com mais concentração, serviu Cássio para o 1-0. A jogada foi mesmo do melhor que os leirienses produziram no ataque, num lance que passou por Carlão, muito bem a desmarcar Silas na esquerda e, este, nada egoísta, a dar para o companheiro, em melhor posição, atirar a contar.
A perder, o Paços adiantou-se no terreno, passou, como por magia, a trocar a bola mais rapidamente e a ter outro tipo de preocupações, mas o onze não esticava. Faltava melhor presença de área (a ausência do goleador William fez-se notar neste período) e isso só poderia ser conseguido com recurso ao banco, até porque na segunda parte a equipa da casa entregou a iniciativa aos forasteiros e estes esbarravam nas suas próprias fraquezas.
Cássio emendou a mão

A entrada de Berlin, em estreia absoluta com a camisola amarela, era, portanto, uma questão de tempo. Com um ponta-de-lança, a equipa de Ulisses Morais passou a ser mais perigosa e não se percebe porquê que Lito Vidigal não respondeu de imediato, quando se percebia que a União, a despeito de conseguir sair em contra-ataque, estava a pôr-se a jeito para sofrer o empate.
FICHA DE JOGO
Dito e feito. Num canto, alguém se esqueceu de marcar Kelly e o francês faz o golo, quase a medo, talvez por ter percebido que a bola lhe bateu no braço.
Só então o Leiria mudou alguma coisa¿ para ficar tudo na mesma. Carlão cede o lugar a Tiago Luís mas os locais não alteram em nada o esquema táctico. Inverteram-se os papéis, agora com a equipa do Lis à procura de desfazer o empate e o jogo ganhou em emotividade e em oportunidades, para ambos os lados. Mas Cássio foi o único capaz de encontrar o caminho das redes, já depois de ter perdido uma grande oportunidade, dando, até, alguma justiça ao marcador.