Os jogadores brasileiros do Shakhtar Donetsk e do Dínamo de Kiev, acompanhados pelas respetivas famílias, começaram esta terça-feira a chegar ao Brasil, depois de terem conseguido fugir à guerra na Ucrânia.

Pedrinho, que trocou o Benfica pelo Shakhtar no verão de 2021, estava aliviado por regressar ao seu país. «O que mais quero é estar com a minha família, com os meus pais. De todas as vezes que eu falava com eles, eu despedia-me sempre, porque não sabia se seria a última vez. Só quero chegar a casa e ficar com a minha filha. Foram cenas lamentáveis e desejo que ninguém passe por isso», começou por dizer.

O médio canarinho não esquece as dúvidas em torno da saída da capital ucraniana: «Ficamos três dias a pensar no que fazer, se pegávamos o comboio ou um carro. Era complicado, tínhamos muitas crianças e o que nos motivava era protegê-las. Pegámos um comboio no último dia. Surgiu um alerta de que as coisas iam piorar muito e que se não saíssemos em cinco minutos não íamos mais conseguir sair. Pegamos um comboio, a UEFA ajudou-nos com um autocarro, para seguirmos em segurança.»

Os jogadores brasileiros e os familiares saíram de Kiev no domingo, apanhando um comboio até à cidade de Chernivtsi, no oeste ucraniano. Depois, seguiram de autocarro para a Moldávia e mais tarde para a Roménia, com proteção garantida pela UEFA e pela Federação Ucraniana de Futebol.