Paulo Fonseca chegou esta noite a Lisboa, na companhia da mulher (de nacionalidade ucraniana) e do filho de três anos, após ter vivido em Kiev a invasão da Rússia em território ucraniano.

À chegada ao Aeroporto Humberto Delgado, o técnico português manifestou alívio, embora também preocupação pela situação que se vive na Ucrânia.

«Custou-me muito deixar para trás aquele povo que está a lutar de forma heróica, pessoas que estão a sofrer. Sinto-me aliviado por mim e pela minha família mas ao mesmo tempo sinto uma tristeza muito grande», disse Paulo Fonseca que veio integrado numa competitiva de 38 portugueses que viajou desde Bucareste (na Roménia).

Numa conferência de imprensa à chegada, o treinador de 48 anos recordou a forma como foi precipitada a sua saída da Ucrânia e o sobressalto que viveu nos últimos dias.

«Tínhamos a viagem programada para as 10 horas de quinta-feira, mas às 4 horas da manhã começámos a sentir as bombas a cair. Só tivemos tempo de pegar nas malas e sair para a rua. Quando chegámos à estrada principal, o trânsito era tanto que já não conseguimos sair. Ficámos no hotel do presidente do Shakthar juntamente com os jogadores brasileiros. O momento em que sentimos mais medo foi quando sentimos as bombas a cair perto de nós. Não nos deixou nenhuma dúvida de que a guerra tinha começado [...] Parecia-nos impossível que isto acontecesse em Kiev», salientou o treinador, que deixou agradecimentos ao Shakhtar, seu antigo clube, à embaixada portuguesa, bem como aos presidentes das federações de futebol de Portugal e da Ucrânia.