A Udinese nunca foi campeã de Itália, mas aparece nesta Liga dos Campeões pela segunda vez consecutiva, depois de na temporada passada não ter conseguido chegar à fase de grupos. O Sp. Braga vai ter de fazer de Arsenal e eliminar os italianos, se quiser chegar à parte milionária da Champions. De resto, em Udine, a fórmula para aproximar-se dos lugares de cima tem sido muito parecida com o que se faz por cá, sobretudo FC Porto e Benfica: comprar bem, para vender melhor.

São vários os casos de sucesso de futebolistas que passaram pelo Friuli, estádio com lotação de 30 mil pessoas. O mais mediático talvez seja Alexis Sanchez, o chileno que deixou a Udinese para se mudar para o Barcelona. Mas há mais, como o compatriota Mauricio Isla: saiu de Udine e rumou a Turim, para representar a Juventus. O mesmo percurso fez, por exemplo Kwadwo Asamoah, ganês de 23 anos. E só para dar mais um exemplo, Simone Pepe, internacional italiano que trocou o preto e branco da Udinese pelo da Vecchia Signora.

Esses, porém, já não moram no Friuli e, por isso, as atenções viram-se para quem está. E quem coninua é Antonio Di Natale, o mais experiente da equipa, o maior goleador da Serie A nos últimos anos: melhor marcador em 2009/10 e no ano seguinte, terceiro classificado na mesma tabela na última temporada. Para além de ser o maior goleador da história do clube.

Depois, há também o colombiano Luis Muriel, um extremo/avançado dotado de enorme técnica e margem de progressão e ainda reforços vindos do Brasil: sim, a Udinese movimenta-se nesse mercado como, provavelmente, nenhuma equipa italiana o faz. Comprou Maicosuel ao Botafogo, Willians ao Flamengo e Allan ao Vasco, por exemplo.

O treinador é Francesco Guidolin. Um italiano de 56 anos e principal responsável pelo crescimento da equipa nos últimos anos e que joga como os italianos sempre habituaram a Europa.

O palmarés é que é mínimo. O melhor resultado da Udinese no campeonato foi um segundo melhor. Nesse aspeto, é bem comparável ao Sp. Braga. A diferença é que esse segundo lugar aconteceu na década de 50. mas atenção, para estar neste play-off, é porque ficou nos lugares cimeiros e basta dizer que o Inter, campeão europeu há duas três épocas, nem sequer alcançou.

A primeira participação na Champions League aconteceu em 2005/06, curiosamente, às custas do Sporting, eliminado na terceira pré-eliminatória da prova. Iaquinta marcou em Alvalade, de penalty, e os italianos venceram por 1-0; em Itália, nova vitória, agora por 3-2: Iaquinta marcou outra vez, Cesare Natali e Paulo Barreto fizeram os restantes golos; Douala e Pinilla marcaram pelos leões.