Aleksander Ceferin acredita que, ainda que sejam as principais referências do futebol atual, Cristiano Ronaldo e Lionel Messi terão sucessores à altura no futuro.

«Não sei se eles são os jogadores mais importantes [da história da Liga dos Campeões], mas agora são os maiores do futebol em geral. São grandíssimos jogadores. [Mas] Aparecerão outros. De certeza. Haverá novos Cristianos e novos Messis. Há jogadores jovens muito bons como Salah, Neymar, Dybala… aparecerão sempre jogadores», afirmou o presidente da UEFA em entrevista à Marca.

Numa entrevista longa e que incidiu particularmente sobre o formato da Liga dos Campeões e o plano estratégico pensado para a prova nos próximos anos, Ceferin abordou a questão da introdução do videoárbitro, sistema sobre o qual manifestou ainda algumas reservas. «Amo o futebol e quero um futebol que toda a gente compreenda. Mas o VAR não é dominado pelos árbitros, pelos jogadores e os adeptos não o entendem. Têm acontecido situações cómicas como assinalar um penálti ao intervalo já com os jogadores no balneário. Há que haver peparação e quando estivermos preparados, o VAR será usado. Se não está tudo OK, não se utilizará. (…) Há problemas com o seu uso nas Ligas», observou.

Ainda assim, o presidente da UEFA acredita que as arestas não demorarão muito tempo a ser limadas. «É possível que o VAR chegue na temporada 2019/20. [Agora] Não estamos preparados», disse antes de ser questionado sobre a aplicação do sistema já no Mundial da Rússia. «É um teste interessante [risos]. Veremos. Espero que tudo corra bem e não aconteça nada.»

Aleksander Ceferin passou ainda em revista temas vários como o fair-play financeiro, a distribuição de receitas entre os clubes europeus, a possível criação de uma superliga europeia (novamente recusada) e disse não ver com maus olhos a possibilidade de uma final da Liga dos Campeões seja, no futuro, jogada fora da Europa. «Agora não. No futuro é possível.»

Por fim, o responsável máximo da UEFA abordou também os riscos que a tecnologia pode trazer ao futebol, sobretudo para os jovens, cada vez mais cercadas por ecrãs. «O mundo mudou. Antes as crianças jogavam na rua, agora estão aos computadores, tablets, telefones… tudo é digital. É complicado jogar na rua porque a vida mudou, mas é possível jogar na relva, num campo de futebol, e essa é a nossa obrigação: fazer com que possam jogar, que o futebol volte a todos, à rua.»