Portugal vai deixar de ter, a partir da próxima época, um representante entre os dez melhores clubes europeus no ranking a dez anos, que tem implicações nos prémios monetários atribuídos às equipas que atingem a fase de grupos da Liga dos Campeões.

Apesar da excelente campanha na Europa nesta temporada, o FC Porto, que iniciou a época na nona posição, cairá para o 13.º posto desta hierarquia, sendo ultrapassado por Borussia Dortmund (10.º), Arsenal (11.º), Sevilha (12.º) e Manchester City, que escala do décimo para o oitavo lugar.

Esta queda explica-se porque a época de 2010/11, cujos pontos serão eliminados no final da presente temporada, foi não só particularmente profícua como foi efetivamente a melhor da década para os dragões: a conquista da Liga Europa sob o comando de André Villas-Boas traduziu-se em 28.000 pontos, mais do que os 23.000 de 2020/21.

O ranking de clubes da UEFA a dez anos premeia, numa lógica de regularidade, os 32 melhores classificados desta hierarquia que entrarem na fase de grupos da Liga dos Campeões. Além do prémio de participação de 15,25 milhões de euros (pagamento inicial de €14,5M + acerto final de 750 mil euros, estas equipas recebem parcelas que variam entre um mínimo de 1,108 milhões de euros (uma parcela) e um máximo de 35,46 milhões de euros (32 parcelas), atribuído ao líder do ranking a dez anos (Real Madrid, no caso desta época) caso este se apure para a competição. * (confira os valores das parcelas na tabela em baixo do texto)

O nono lugar do FC Porto neste coeficiente permitiu aos azuis e brancos amealharem, com o apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões nesta época, qualquer coisa como 26,6 milhões de euros só em parcelas (24), bolo que dificilmente se manterá na próxima época caso marque presença nesta fase da competição.

Se tal acontecer – e se forem a 13.º melhor equipa no ranking a dez anos entre as 32 participantes – os dragões terão direito a 20 parcelas: um total de 22,16 milhões de euros, menos €4,5M.

Refira-se que além dos pontos conquistados na década, o ranking a dez anos é ainda influenciado pelos títulos continentais, que abrangem três equipas portuguesas: o FC Porto (16.000), o Benfica (8.000) e o Sporting (1.000).

Mas uma eventual entrada na fase de grupos da Liga dos Campeões poderá ser menos rentável também para Benfica, Sporting e Sp. Braga do que teria sido há um ano se hipoteticamente lá tivessem chegado: as águias vão cair do 12.º para o 15.º posto do ranking a dez anos, o Sporting do 31.º para o 34.º e o Sp. Braga do 34.º para o 45.º.

A posição atual do Benfica representaria um mínimo de 19,944 milhões de euros em parcelas, sendo que Sporting e Sp. Braga veriam ser-lhes atribuída pelo menos uma parcela (os tais €1,108M), embora o cenário dos leões no que diz respeito ao recebimento de mais do que uma parcela seja mais favorável, uma vez é certo que várias equipas que estão à sua à frente no ranking a dez anos não poderão atingir a fase de grupos da «Liga Milionária»: ou porque já não têm hipóteses matemáticas de lá chegarem, ou devido ao limite de lugares por país.

De ressalvar que a atribuição dos estatutos de cabeças-de-série e designações para os diferentes potes nos sorteios das fases de grupos das competições europeias é feita em função do ranking a cinco anos.

O ranking atual a dez anos e as parcelas destinadas a cada clube em caso de presença na fase de grupos da Liga dos Campeões:

Posição Clube Parcelas Montante (em milhões de euros)
1) Real Madrid 32 3,5456
2) Bayern Munique 31 34,348
3) Barcelona 30 33,240
4) Atlético Madrid 29 32,132
5) Juventus 28 31,024
6) Chelsea 27 29,916
7) PSG 26 28,808
8) Manchester City 25 27,700
9) Manchester United 24 26,592
10) Borussia Dortmund 23 25,484
13) FC Porto 21 22,160
15) Benfica 18 19,944
30) Salzburgo 1 1,108