A música foi uma descoberta que começou a ganhar forma na adolescência. O futebol, esse, sempre esteve lá. Rita Redshoes, 40 anos, é filha de Carlos Pereira, antigo jogador de Sporting, Belenenses ou Estoril, com muitos anos como treinador em Alvalade e também no Alverca. E sobrinha de Aurélio Pereira, o responsável de décadas pela prospeção do Sporting. Portanto, o futebol fazia parte das conversas de família e os miúdos que cresciam na formação do Sporting eram muitas vezes lá de casa também.

Se os sapatos vermelhos a que foi buscar o nome de palco são inspirados nas histórias de fantasia que ouvia em criança, a cor que escolheu desde cedo no futebol foi o verde do Sporting. Cresceu a ver jogos, a acompanhar o pai e também o irmão, Bruno, que jogou futebol e com quem começou a aventura na música. Rita canta, toca, escreve e compõe. Agora está a apresentar o seu quinto álbum, Lado Bom, finalmente de volta ao palco depois da pandemia. A escrita é outra paixão de sempre e já a cruzou com um dom muito seu, a capacidade de sonhar e recordar os sonhos. Onde às vezes também entra o futebol. Numa boleia de Pinto da Costa, ou numa bola roubada a Messi.

Diz que o futebol a acalma, mas só se não estiver a ver jogar o Sporting, ou a Seleção Nacional. Festejou o título europeu de Portugal no Muro de Berlim, vibrou com o campeonato do Sporting na época passada e gosta de ver jogar bons jogadores, mesmo que sejam de equipas rivais. Outro exemplo que vem de família, uma «sensatez» na forma de ver o jogo.

Foto: Vitorino Coragem

Imagino que as suas memórias de futebol sejam muito precoces

Sim. O meu pai tinha deixado de jogar quando eu nasci. Não há muito tempo, mas tinha deixado. Depois teve a carreira como treinador. E o meu tio continuou sempre no ativo no Sporting, portanto entre conversas lá em casa, ouvir relatos, ver jogos, chuteiras, taças, medalhas, sempre estive rodeada por futebol. Sempre esteve presente.

E sempre gostou de futebol, ou em criança não ligava?

Acho que ligava. Não me lembro a partir de que idade é que comecei a ver jogos, mas sim, em criança ainda. Porque depois o meu irmão também jogou, ainda jogou no Sporting e no Estrela da Amadora, e lembro-me de esperar por ele nos treinos. Devia ser ainda criança. Depois comecei a ganhar o gosto, porque também tive a sorte de começar a ver os jogos comentados pelo meu pai e pelo meu tio, que tinham outra leitura. Portanto, ficava atenta ao tipo de coisas que eles iam dizendo, e fascinava-me de certa forma a tática, a evidência de alguns jogadores nalgumas situações, nalgumas posições, achava muita graça a isso.

Tornou-se muito cedo uma especialista a ver futebol…

Especialista não direi, mas sim, conhecia as equipas, conhecia os jogadores…

O seu tio tem um trabalho de muitos anos no Sporting a descobrir talentos. Esse trabalho tanto dele como do seu pai passava para os almoços de família, para as conversas em família?

Sim, passava inevitavelmente. Muitas vezes eles até discutiam alguns miúdos, jogadores, alguns talentos, e falavam um bocadinho sobre eles, às vezes como ir buscá-los aos clubes nas terras onde estavam... Portanto não era só o lado técnico, mas havia também um lado humano, de acompanhamento dos miúdos e do talento dos miúdos com as famílias que era muito evidenciado pelo meu tio e pelo meu pai. Eu lembro-me muito cedo de os ouvir falar desse tipo de preocupações. Aliás, o meu tio, e o meu pai também, tiveram um papel às vezes quase de pai substituto para alguns desses nomes que depois até vieram a ser conhecidos. E então havia muito esse lado porque era quase… Sei lá, às vezes no Natal lembro-me de alguns jogadores virem para nossa casa, porque não iam para as famílias. Havia mesmo uma estreita ligação, não era pura e simplesmente profissional, era uma coisa em que eles se envolviam de facto como pessoas, como homens.

Lembra-se de algum jogador que tenha passado o Natal com a sua família?

Eu tenho ideia, não sei se foi o Natal, mas lembro-me que uma vez, e devia ser mesmo muito pequenina, o Figo passou uma noite lá em casa, não sei a que propósito. O Futre também era uma presença em casa do meu tio, o Simão… O Cristiano Ronaldo. Esses assim mais «desprotegidos»…

Ficou com alguma ligação especial a algum desses jogadores com quem o seu pai e o seu tio trabalharam e que formaram?

Sim. Por exemplo, o Futre nós temos ainda hoje uma grande simpatia por ele, de alguma forma é próximo da família, é muito próximo ainda do meu tio e das minhas primas. E o Cristiano também, pelos motivos não de proximidade propriamente hoje em dia, mas pela proximidade de muitos anos tanto do meu pai, que foi treinador dele, como do meu tio, que o foi buscar e o acompanhou quase como tutor. Eram histórias mesmo muito próximas lá de casa, há sempre um carinho especial.

E ir ao estádio? Lembra-se quando foi a primeira vez que foi ver um jogo?

Creio que deve ter sido para ver o Sporting… Fui muitas vezes ver jogos do meu irmão, que também jogava no Sporting e no Estrela da Amadora e depois fui enquanto o meu pai era treinador no Sporting, no Alverca, depois também como adjunto do Paulo Bento. Por acaso agora há muito tempo que não vou a estádios, mas eu sempre gostei desde pequenina de ir assistir aos jogos no estádio, é outra emoção.

Deixou de ir por alguma razão em especial? Provavelmente desde logo por causa da pandemia…

Pandemia, ser mãe… De repente há menos tempo.

A Rita disse em tempos que ver futebol a acalma. Ainda é assim?

Sim, eu gosto muito de ver futebol. Exceto quando perco, como agora com o Benfica… Ver o Sporting e a Seleção não me acalma propriamente. Fico nervosa e fico irritada. Mas gosto muito de ver, sei lá, os jogos da Liga inglesa, italiana, espanhola, porque não tenho uma ligação tão emocional e é uma coisa que me relaxa, ver jogadas, a estratégia, os passes…

Vê com esse olhar mais informado, gosta de analisar estratégias, de analisar o jogo?

Sim, acho que não tenho só uma visão linear de quem está a ver o jogo como está a ver outra coisa qualquer. Mas também, quer dizer, não sou uma especialista. Vou entendendo algumas coisas e discuto… Hoje em dia discuto com o meu marido, o que é que é falta, se é fora de jogo se não é, se é um cartão amarelo se não é… Enfim, algumas substituições também.

Também tem um treinador dentro de si, como tanta gente acha que tem?

Tenho, mas ele é muito tímido e fica caladinho ao pé de quem sabe… Ahahah.

Respeitinho…

Respeitinho, sim, sim.

Além do Sporting, tem mais alguma equipa de que goste, que goste de seguir?

Há um jogador, que é o Modric, de quem eu gosto muito. E portanto às vezes vejo jogos do Real Madrid só para o ver jogar. Mas não, equipa por quem torça… Quer dizer, quando o Ronaldo estava no Real também torcia, depois quando foi para Itália… Enfim, sigo mais pelos jogadores do que propriamente uma ligação a um clube específico.

Apesar dessa ligação ao futebol, nunca teve vontade de tentar jogar também?

Eu gosto de jogar, mas não de uma forma… Ainda hoje gosto de dar toques na bola, com a minha filha, em casa. Com o meu pai, fazíamos isso, mas nunca tive aquela coisa de jogar. Também, na altura em que eu era mais pequena não havia sequer esta coisa como há hoje do futebol feminino. Também não havia grande oportunidade. Mas gosto de tentar fazer habilidades com a bola…

E tem jeito?

O meu pai diz que mais ou menos. Ahahah... Tem dias…

Foto: Vitorino Coragem

Essa ligação do seu pai ao futebol também ajudou a formar o seu gosto musical? Porque ele trazia discos dos sítios por onde passava, não era?

Sim, vinis. Dos países onde ia jogar uma das coisas que ele mais trazia eram os vinis. Em casa ouvíamos muita música e lá punhamos os vinis e às vezes ouvíamos assim uns êxitos que na altura eram, sei lá, um top inglês… Sob esse aspecto sim, fui bastante influenciada pela música que ele ia trazendo. Da Grécia, também, coisas mais fora do comum.

Coisas que se calhar não chegavam cá na altura?

Não, não chegavam.

Uma das inspirações da Rita foi a PJ Harvey, ao que sei pela música e por um documentário que viu. Foi também o seu pai que trouxe?

Não, isso já fui eu na minha adolescência que pesquisei e encontrei.

Percebeu muito cedo que era a música que ia ser o seu caminho?

Relativamente cedo. Os meus pais diziam que eu desde pequenina que cantava bem, e decorava as letras e aquelas coisas assim. Mas eu quando tive a minha primeira banda, tinha uns 14 anos, que era uma banda com o meu irmão, passado pouco tempo percebi que havia de ser uma vida divertida, ser músico. E depois, por volta dos 16, fui estudar música e aí sim, já era com uma intenção mais clara de tentar fazer qualquer coisa. Sempre na perspetiva de tentar compor as minhas canções, mais do que ser só cantora ou só instrumentista, tinha muito esta coisa de fazer as minhas canções.

Sempre teve esse gosto de escrever também?

Sim, até antes das canções. Escrevia bastante. Escrevia muitos contos, poesia. Esse gosto nunca deixou de existir. Aliás, estou agora a acabar uma pós-graduação em escrita de ficção. Precisamente por isso, porque gosto imenso de escrever. Já tive oportunidade de fazer algumas coisas nessa área, mas ainda queria fazer mais.

A música é de qualquer modo a constante no seu percurso. Lançou agora o álbum Lado Bom e vem aí a apresentação.

Sim, o Lado Bom saiu em fim de setembro. Agora está a ser marcada a «tournée». Vou ter a apresentação em Lisboa no Capitólio no dia 29 de abril e pronto, depois vamos prosseguindo com as datas que vão aparecendo. Depois destes dois anos de marasmo à espera que o disco pudesse sair, finalmente as coisas começam a acontecer.

Foram especialmente difíceis para quem trabalha na cultura estes anos de pandemia?

Foi difícil para toda a gente, mas quem trabalha na cultura ficou muito privado, ou ficou totalmente privado, de trabalhar. Isso é muito duro.

Voltando ao gosto pela escrita, a Rita já escreveu vários livros, nomeadamente para crianças, e também um livro em que falava de sonhos…

Sim. Acho que saiu em 2015. É um livro em que eu conto 40 sonhos que sonhei de facto. Eu sou daquelas pessoas que acordam de manhã e se lembram dos pormenores todos dos sonhos. Então, tive esta oportunidade com a editora Guerra e Paz. Propuseram-me fazer isso, eu aceitei, foi uma aventura divertida de pôr os sonhos em palavras, depois ilustrar. Foi divertido.

Também havia futebol nesses sonhos, não havia? Como era a história da boleia do Pinto da Costa?

Havia, havia. Tenho ideia que nesse sonho eu estava perto do estádio e havia uma espécie de uma guerra entre claques, com arremesso de pedras, e eu estava no meio daquilo, estava com medo de ser atingida e às tantas acho que peço boleia ao Pinto da Costa, que apesar de saber que eu era do Sporting se prontificou a levar-me e a proteger-me. Achei muito cavalheiro da parte dele. Ahahahah…

E também «marcou» um golo num jogo com o Messi, não foi?

Ahahah, sim. Acho que tinha roubado a bola ao Messi, já não me lembro bem. Isto é uma coisa um bocadinho egocêntrica…

Consegue sempre lembrar-se do que sonha?

Sim, sim. Todas as noites. Ou mesmo se dormir a sesta, também.

É notável…

Sim. Mas cansativo também. Eu costumo brincar a dizer que tenho uma vida dupla, uma quando estou acordada e outra quando estou a dormir.

Voltando ao futebol, que memórias especiais tem como adepta? Do Sporting, da seleção?

Bom, do Sporting durante muitos anos não tive grandes memórias, nem grandes alegrias, ahahah... Mas na época passada tive uma grande alegria, que era uma coisa que eu e todos os sportinguistas esperávamos há muito tempo. E sou grande fã do Ruben Amorim. Com a seleção tenho do ano em que Portugal foi campeão da Europa, em 2016. A final com a França foi precisamente no meu dia de anos, 10 de julho. Eu estava a gravar o disco anterior, estava em Berlim, sozinha, e vi a final com alguns espanhóis, outros adeptos mais latinos. No fim festejámos… Foi tudo muito simbólico para mim, estar fora de Portugal, ser o meu dia de anos, e de repente Portugal ganhar. Tinha uma camisola e fui para o Muro de Berlim com a camisola, tirar uma fotografia.

Ninguém à sua volta acreditava muito em Portugal, imagino…

Pois não. Foi um duplo prazer. Às tantas quando o Ronaldo se lesionou foi uma festa para os franceses e para os alemães que lá estavam, a bater palmas, como quem diz ‘já foram’. E depois o desfecho é aquele e deu-me particular prazer.

E do Sporting, lembra-se por exemplo do título de 2002?

Lembro-me, mas não tenho assim memórias tão vivas como deste último campeonato, ou mesmo do Euro 2004, que foi em Portugal. Lembro-me que estava na Faculdade e acabava as frequências rápido para ir para a tasca ver os jogos… Do Sporting, foi mais a época passada, nos últimos anos foi aquele em que vibrei mais. E claro, quando o meu pai era adjunto do Paulo Bento obviamente acompanhava de muito mais perto os jogos e vibrava muito mais.

E acompanhou muitos jogos do Sporting fora de casa?

Sim. Quando o meu pai estava a treinar o Sporting como adjunto eu e o meu irmão fomos a Moscovo ver o Sporting, a Florença e a Roma. Fartámo-nos de passear para ir acompanhar o meu pai à boleia do Sporting. Também fui ao Jamor, vi a final que ganhámos ao FC Porto, em 2008. Embora eu fosse grande fã do Lucho Gonzalez, estive no estádio a ver essa final, que também foi muito emocionante.

Falou do Lucho, que era um jogador de um rival. Consegue ter esse distanciamento de apreciar jogadores rivais?

Sim, totalmente. E até equipas. Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Acho que isso aprendi também com o meu tio e o meu pai, que são muito calmos a ver os jogos, mesmo do Sporting ou Seleção. Estranhamente, talvez. Uma pessoa pensa que como sabem mais, ou como estavam envolvidos… Mas não, são pessoas muito sensatas. E eu acho que essa sensatez fui aprendendo a tê-la e a ganhá-la. Claro, uma coisa é a qualidade dos jogadores e a qualidade da equipa e outra coisa é a nossa equipa, portanto, sim, tenho particular prazer em ver bons jogadores. Adorava ver o Zidane a jogar também. Enfim, é como a música, se é um talento, não interessa o clube.

Fez essa comparação com a música. Também vê o futebol como uma expressão artística?

Sim. É pelo menos uma grande habilidade. Há muitas coisas semelhantes no estudo da música e no treino de um desporto, porque há muita repetição, há o ter que lidar com o esforço, com o cansaço, com a frustração. Há muito paralelismo, há as ambições, as expectativas, a exposição ao público, há muitos paralelismos entre uma coisa e outra.

Esse olhar que consegue manter a distância não parece ser o da maioria, nomeadamente em Portugal. Faz-lhe confusão esse lado mais irracional de ver o futebol?

Sim, em tudo. Não faz sentido. Há tantas mais coisas importantes e tristes e graves a acontecer que é quase ridículo alguém achar que perder um jogo ou a arbitragem não ter sido a mais correta é o fim do mundo e uma coisa gravíssima. Há crianças a morrer todos os dias, a passarem fome. Quer dizer, o futebol é um desporto, como uma atividade qualquer, que gera muito dinheiro e tem muito público, é verdade, mas nem de longe será das coisas mais importantes na vida. Tem que ter o seu lugar, precisamente adequado ao que é. No meu caso, e no de muitas pessoas, é um desporto e é uma coisa que me dá prazer ver. Agora, calma. Qualquer tipo de violência associada a ver jogos, ou a jogadores, a pessoas envolvidas nos clubes, acho isso uma aberração. Não faz sentido absolutamente nenhum.

Esse lado não lhe tira o gozo pelo futebol? Nunca teve aquele momento de dizer ‘já não acho piada a isto’?

Não, porque uma coisa também são os adeptos e as claques... Sei lá, na atura em que o Bruno de Carvalho estava na presidência do Sporting aquilo custava-me ver, muitas das coisas, a postura... Mas lá está, uma coisa é a pessoa que lá está como presidente, ou a cumprir algumas funções, outra coisa são os jogadores, é o treinador, é a equipa e é a história do clube. São coisas distintas e têm de ser separadas, não vai tudo para o mesmo saco.

Falou de ter sido mãe. A sua filha tem três anos. Já é do Sporting?

Ela tem aqui um problema em casa, porque eu sou do Sporting e o pai é do Porto.... Já lhe disse que caso se converta para o Benfica será deserdada, sem qualquer espécie de discussão, ahahah.  Mas eu acho que o melhor para ela seria ser primeiro do Sporting e depois do Porto. Não, eu não faço esse tipo de conversas, digo isto a brincar, ela será do que quiser. Menos do Benfica… Mas ela ontem esteve sentada comigo a ver o Sporting-Benfica e gosta. E gosta de dar toques na bola, desde pequenina. Não faço ideia se vai gostar de futebol, se vai ligar. Em casa ligamos, eu e o pai, por isso é natural que ela venha a interessar-se também.

E quem sabe vai dar jogadora …

Quem sabe… Era uma surpresa, mas… É um cliché, mas é verdade. Quero que ela seja aquilo que a fizer mais feliz e mais realizada. Claro que estou sempre a dizer-lhe: médica, médica, ahahha. Mas seria divertido e diferente, sem dúvida.

O avô não tenta influenciar de maneira nenhuma?

Zero. O meu pai, o meu tio, nem aos meus primos, nem ao filho do meu irmão. O meu pai nunca tentou influenciar, nada. É gente muito pacífica.

Para terminar, o que é que a Rita Redshoes vai continuar a sonhar?

No fundo, manter se possível a vida que tenho. Com saúde, e as pessoas que eu gosto com saúde, viver num país que está em paz, que não passa pelo que muita gente está a passar neste momento. Continuar a fazer a minha música, da maneira como eu gosto, como me dá prazer, com as pessoas de quem gosto, e a poder partilhá-la com as pessoas. E ver a minha filha crescer. São assim, acho eu, os meus sonhos.

«Um café com...» senta o Maisfutebol à mesa com figuras eminentes da nossa sociedade, nomes sem ligação aparente ao desporto, a não ser a paixão. A música, a literatura, o cinema ou a política enredados nas quatro linhas de conversas livres e descontraídas.