Concentração perfeita, ambição, estabilidade, consciência dos próprios limites. Estas são as principais armas do novo menino de ouro do desporto português. Frederico Gil está a fazer história no circuito profissional de ténis e merece ser olhado cada vez com mais atenção.
A exibição realizada frente a Rafael Nadal, o «super-homem» número um mundial, faz-nos sonhar com grandes feitos. Sejamos claros: Gil tem qualidade para integrar a breve prazo o top-50 do ranking ATP. Nada disto está a acontecer por acaso. Nas mãos do treinador João Cunha e Silva, Frederico Gil refinou o seu jogo, tornou-o muito mais fiável, consistente e triunfante.
Para os mais desatentos, esta presença na terceira ronda de Miami (o quinto torneio mais importante do planeta do ténis) não é uma ponta solta ou um fruto do acaso: já este ano, Gil estivera nas meias-finais dos torneios de Joanesburgo e da Costa do Sauípe.
A obssessão pelo trabalho e pela vitória esbate uma inferioridade física evidente diante da esmagadora maioria dos seus oponentes. Contra Ivo Karlovic, por exemplo, 31 centímetros separavam Frederico Gil do «gigante» croata; Nadal, por seu lado, mede mais oito centímetros e pesa mais 15 kgs do que o português.
Mas Gil não parece nada importado com esta aparente desvantagem. O seu jogo está cada vez mais eficaz e o futuro do tenista de Sintra tem tudo para ser brilhante: aos 24 anos, Frederico Gil promete muitas mais presenças louváveis no mundo do ténis. E o Estoril Open está aí à porta.