Sebastian Abreu, verdadeiramente «Loco»

Os portugueses já conheciam a coragem de marcar um penalty decisivo «à Panenka», quando Hélder Postiga o fez no Euro-2004. Agora, os uruguaios também já sabem como é. Sebastian Abreu, conhecido no futebol como «El Loco», mostrou toda a calma e frieza do Mundo e bateu Kingson, levando o Uruguai às meias-finais de um Mundial, 40 anos depois. Assumiu o risco, deu-se bem e a imagem vai, agora, correr Mundo...

Gyan, não merecia!

Há coisas inexplicáveis! O Gana chega aos oitavos-de-final apenas com dois golos marcados, ambos de grande penalidade e ambos por Asamoah Gyan! Esta noite, o avançado não suportou o peso de todo um continente e falhou um penalty no último minuto do prolongamento, que dava as meias-finais de um Mundial a um país africano, pela primeira vez na história. A confirmar a forma inacreditável como tudo decorreu, Gyan marcou de forma perfeita o seu penalty logo a seguir. Há coisas sem explicação...

Forlán, sempre inconformado

É o líder do Uruguai, o jogador que serve como referência ofensiva e que assume todas as bolas paradas. Afirmou-se um líder, aliás, quando marcou o golo do empate, que relançou o jogo. Ele que em mais duas ocasiões atirou forte, mas ao lado, e que ainda serviu Suarez para um desvio às malhas laterais.

Suárez, o mártir

Mais uma boa exibição do avançado do Ajax, que tem valorizado o seu passe a olhos vistos neste Mundial. Sacrificou-se pelo colectivo ao cometer o penalty no prolongamento que Gyan desperdiçou, mas a par de Forlán, foi o melhor uruguaio em campo. Teve o golo nos pés aos 64 minutos, quando atirou às malhas laterais um cruzamento de Forlán. Vai, agora, falhar as meias-finais.

Kingson, no melhor e no pior

Começou o jogo em grande, com duas defesas que mantiveram o Gana no jogo. A primeira delas de cabeça, por instinto. Nessa altura deu razão a quem o considera dos melhores guarda-redes deste Mundial. Na segunda parte deitou tudo a perder: foi mal batido no golo de Forlán e quase fez autogolo a seguir. Nos penalties a sorte não esteve com ele.

Fucile e Maxi Pereira, azar e sorte

Boas exibições. Em minutos consecutivos, primeiro Maxi, depois Fucile, tentaram o remate à baliza. Pouca sorte para ambos. No prolongamento, destaque para a frescura mostrada por Maxi Pereira, autor de um par de arrancadas pela direita de tirar o fôlego a qualquer um. Fucile esteve mais azarado. Primeiro cortou mal um lance que Boateng quase aproveitou, depois fez a falta, já no final, que deu origem à confusão da qual resultou o penalty que Gyan falhou. Nos penalties foi Maxi a falhar o respectivo remate. A sorte veio logo a seguir e com ela a festa.

Olegário Benquerença, globalmente bem

Chamado de urgência, depois do Uruguai argumentar que o inglês Howard Webb podia apitar afectado pelo facto de ter sido o uruguaio Larrionda a dirigir o Inglaterra-Alemanha, acabou por ter uma noite globalmente esteve boa. Bem assinalado o penalty e correctíssima a expulsão de Suárez. Apenas um equívoco: parece ter sido penalty de Perez sobre Boateng na área do Uruguai, mas joga a seu favor o facto de ser um lance de difícil análise.