O histórico de confrontos entre o V. Guimarães e o FC Porto não tem sido famoso para os minhotos. Entre goleadas, mais ou menos conseguidas, os portistas têm sorrido quando encontram as gentes da cidade-berço pela frente. Nos últimos dezassete jogos os vitorianos averbaram dezasseis derrotas, tendo perdido duas Supertaças e uma Taça de Portugal para os azuis e brancos.
 
Mas há uma réstia de esperança para o V. Guimarães. O último triunfo foi precisamente para a Taça de Portugal e o Estádio D. Afonso Henriques. O cenário repete-se neste domingo. Há nove anos, Palatsi estava na baliza e o F.C. Porto foi derrotado por 2-1.

Em diálogo com o Maisfutebol, o francês recordou o jogo de 27 de outubro de 2004, perspetivou o embate que se avizinha e até se atreveu a fazer um prognóstico. Não escondeu que torce pelo seu Vitória e avançou com um nome para desequilibrar o duelo.
 
«Jogadores do Porto não gostaram dos nossos festejos»
 
«Foi uma vitória para a Taça não foi? Dois golos do Nuno Assis. Já me recordo. Foi a última vez que o Vitória ganhou ao Porto?», começou por questionar Palatsi, quase que soltando palavras menos próprias. Nostalgia do francês, percorrendo os baús da sua memória enquanto falava ao nosso jornal.
 
Palatsi recorda o jogo pelos festejos efusivos no final do jogo: «Lembro-me muito bem desse jogo, porque festejámos muito. Os jogadores do FC Porto até nem gostaram muito do nossos festejos, mas tínhamos que estar contentes. O Porto tinha uma grande equipa, era campeão europeu e como sempre era também candidato a ganhar a taça. Não foi nada de mal, tínhamos que festejar».
 
Aos 43 anos, o atual treinador de guarda-redes relembra a motivação que era jogar estes jogos: «O espírito de grupo para encarar estes jogos era sempre bom. Ainda hoje os jornalistas ligam por esse jogo que se passou há quase dez anos, e por isso, estes jogos grandes em que somos falados são sempre bons».
 
«Taça é diferente, uma equipa morre»
 
O jogo do próximo domingo fará com que Vitória ou FC Porto, um deles, fique pelo caminho. O fator taça pode ser importante para a formação vitoriana, garante Palatsi: «Todos os jogos da Taça de Portugal são diferentes. No final do jogo uma equipa morre, entre aspas, isto é, uma equipa fica pelo caminho. Para o Vitória será importante porque é o dono da taça, e pode beneficiar por ser só um jogo».
 
Jogar no D. Afonso Henriques é também um ponto que o francês considera favorável à equipa minhota: «Pode ganhar, porque não? O Porto é uma boa equipa, com bons jogadores como toda a gente sabe. Mas é um jogo, em que tudo pode acontecer. O Vitória joga em casa, com o apoio do seu público e a motivação é muita».
 
Nuno Assis apontou os dois golos com que o V.Guimarães bateu o FC Porto. Foi o herói da noite chuvosa de 27 de outubro de 2004. Para Palatsi, o herói deste fim-de-semana pode ser outro. «O Maazou pode ser o marcador, é o jogador mais em foco e pode fazer a diferença. Mas a equipa vale mais por si do que pelos valores individuais, não me parece que haja alguém que sobressaia como uma estrela, mas sim são um grupo forte e solidário».
 
«Assis vai dar conta do recado»
 
Palatsi defendeu a baliza do V.Guimarães durante quatro épocas. Conhece o posto de guarda-redes como poucos. Douglas, a contas com um processo sumaríssimo imposto pela Federação Portuguesa de Futebol, é carta fora do baralho. Assim sendo, será outro Assis a entrar em ação. Desta vez, um brasileiro.

«Não acho, tenho a certeza que o Assis vai dar conta do recado. O Douglas é o guarda-redes titular, não há dúvidas e toda a gente sabe da sua qualidade, mas o Assis já defendeu na época passada e também não comprometeu. Vai ser titular, não há que ter receio e confiar nele.»
 
Da ficha de jogo de há nove anos resta um «sobrevivente». Moreno era um jovem, acabado de regressar ao V. Guimarães depois de um empréstimo ao Caçadores das Taipas. É único do atual plantel que viu, sem sair do banco, o clube vimaranense ganhar ao FC Porto.
 
Falta apenas o prognóstico de Palatsi. A bola começa a rolar às 19h30 de domingo no D. Afonso Henriques. «Meio a zero para o Vitória chega, mas como não dá aposto no um a zero», disse o francês ao Maisfutebol.