Ponto final, parágrafo. Terminou em Guimarães a carreira imbatível do Sp. Braga. Durou nove jornadas e quase três meses. Foi bonita, sem dúvida. Terminou muito provavelmente onde os adeptos menos queriam que o fizesse, no terreno do rival V. Guimarães. Mas nem isso lhe retira um milímetro de mérito.
Confira as notas dadas aos jogadores
Até porque esta derrota não chega para arrancar o Sp. Braga da liderança: a formação de Domingos vai continuar pelo menos mais uma semana no topo da tabela. Poder perder e manter a liderança era um luxo que só estava reservado aos grandes. Esse orgulho, sim, nem a derrota em Guimarães pode roubar aos adeptos.
Um derby resolvido em estilo... em grande estilo
A primeira derrota bracarense aterrou da maneira mais bonita: com um grande golo. Uma obra-prima de Desmarets que trouxe justiça à capacidade do V. Guimarães ser mais incisivo. Nem sempre foi melhor, é verdade, mas quando o foi somou-lhe um talento para criar perigo que o Sp. Braga não teve no melhor período.
Mas essa é outra conversa e deve ficar para mais tarde. Para já, enquanto esta crónica ainda vai curta, convém destacar o golaço de Desmarets. Foi à meia-hora, precisamente: Nuno Assis cruzou largo da direita, Desmarets encheu o pé e atirou de primeira, fortíssimo e bem junto à trave. Um momento de rara inspiração.
Sp. Braga treme mais do que um líder deve tremer
O golo de Desmarets teve o condão de regar o resultado com justiça. O V. Guimarães entrou melhor, personalizado, rápido sobre a bola e pujante na pressão. Andrezinho subia protegido pelos três centrais, Nuno Assis, Targino e Desmarets moviam-se por todo o campo e o Braga não encontrava forma de parar este carrossel.
Confira os destaques do jogo
Por essa altura, Nuno Assis, Desmarets e Roberto já tinham ameaçado, logo a seguir ao golo Desmarets rematou com perigo e o Sp. Braga tremeu. Tremeu muito. Incapaz de sair do sufoco. Em toda a primeira parte, aliás, a formação de Domingos só rematou por uma vez: Meyong fugiu à defesa e disparou ao lado da baliza.
V. Guimarães encolhe-se e acaba a sofrer
Ora foi no registo que ficou escrito atrás que se chegou ao intervalo, embora já com a suspeita que a segunda parte poderia surgir invertida. O que o tempo confirmou. O Sp. Braga subiu os laterais no regresso dos balneários, aumentou a pressão no meio-campo, deu profundidade ao ataque e cresceu sobre o adversário.
Nessa altura sentiu-se a classificação. O Sp. Braga puxou dos pergaminhos, o V. Guimarães acusou o peso do penúltimo lugar. Praticamente só deu líder, então. Mas foi mais fumo, do que fogo. Ocasiões de golo, reais, duas: um canto de Hugo Viana ao poste e uma perdida incrível de Adriano na cara de Nilson.
O V. Guimarães terminou encolhido, a defender com todos e com o coração nas mãos. Um sofrimento que podia ter sido evitado, se o árbitro tivesse marcado um penalty por mão na bola de Evaldo. Foi da forma mais sofrida, mas valeu na mesma. Paulo Sérgio, está de parabéns: foi o primeiro a vencer o Sp. Braga.