Rui Miguel. É justo começar esta crónica pelo nome do número dez do V. Guimarães: o segundo lugar da equipa passa muito por ele. Na última jornada tinha garantido a vitória frente ao Benfica com um cabeceamento furioso, esta noite construiu a jogada e fez a assistência para o golo de Maranhão que valeu mais três pontos.

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Foi uma entrada providencial em campo, portanto, de um atleta que esteve perto de ser dispensado no início da época e que minuto a minuto vai dobrando as ideias feitas de Manuel Machado. Minuto a minuto, de resto, gerido cada um com precisão cirúrgica, por um jogador que continua a não ser opção para o onze.

Ora empurrado em muito pelo talento de um jogador que ficou para construir uma história, o V. Guimarães continua ele próprio a construir uma história bonita. Esta noite recuperou o segundo lugar e sabe desde já que ninguém vai roubar-lho nos próximos sete dias. O que valeu o aplauso de 13 500 espectadores.

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É verdade que a vitória foi arrancada a ferros, mas vale na mesma. Foi arrancada a ferros por culpa própria: o V. Guimarães jogou na primeira parte o suficiente para fazer pelo menos um golo. Edgar e Toscano, por exemplo, ficaram muito perto de marcar, mas estava escrito que esta ia ser uma noite de sofrimento.

Na segunda parte chegou até a pairar sobre o estádio a ideia que era difícil desbloquear o nulo. As equipas estavam encaixadas e sem arte para ultrapassar a marcação adversária. Numa jogada rápida entre Rui Miguel, Toscano e Maranhão, mudou tudo, porém: os últimos minutos foram emocionantes.

A U. Leiria respondeu bem ao golo do V. Guimarães, acrescentou velocidade no ataque e por três vezes colocou a baliza de Nilson em perigo: NGal, Paulo Vinicius e Zhang não conseguiram empatar. O cabeceamento de Paulo Vinicius, aliás, gelou por completo o estádio, a bola passou furiosa a centímetros do poste.

Os destaques Rui Miguel e Maranhão, claro!

É verdade que o V. Guimarães também ficou perto do segundo golo, Toscano atirou pouco ao lado e Rui Miguel obrigou Gottardi à defesa da noite. Mas nem isso invalida que tenha sido um triunfo sofrido, dimensionado por um penalty que ficou por marcar na primeira parte por falta de Zé António sobre João Ribeiro.

Um erro sem influência: o V. Guimarães é vice-líder com mérito.