Jaime Pacheco projectou a eliminatória com o Wisla Cracóvia e destacou a oportunidade de o V. Guimarães poder virar na Taça UEFA a página dos maus resultados numa fase em que a equipa começa a manifestar ansiedade e a ser contestada. A dois dias da primeira mão da ronda inaugural, o técnico dos vimaranenses falou mesmo em «oportunidade de ouro».
O duelo europeu ganha, por isso, uma importância redobrada para os vimaranenses. «É verdade que o cenário a nível nacional é inédito! Não me lembro. Este jogo traz uma motivação extra e pode ser o arranque decisivo para fazermos uma boa época. Queremos ganhar ao Wisla sem sofrer golos», garantiu esta terça-feira o treinador revelando uma contagiante vontade de ultrapassar uma sucessão de três derrotas consecutivas na liga portuguesa.
O privilégio de poder participar na Taça UEFA configura-se aos olhos do Jaime Pacheco como um bom momento para a equipa alcançar o sucesso que tem andado distante do castelo. «Temos uma oportunidade de ouro para poder virar o cenário e catapultar a equipa. Vamos tirar partido da motivação. Os jogadores sabem que temos uma oportunidade única. Precisamos fazer uma boa circulação de bola, sermos rápidos e, assim, podemos surpreender os polacos. A nossa arma tem de ser a velocidade de execução», revelou, com tranquilidade e expectativa.
O «enigma» branco
Da confiança ao imprevisto, coincidente com a altura, é certo que o treinador mostrou reservas para o choque europeu e desconfia da energia psicológica: «Será preciso ter cuidado e procurar ganhar, não sofrendo golos, reafirmo. Somos uma equipa inexperiente que apresenta alguma imaturidade e está pouco habituada a estas andanças. É um enigma. Vamos esquecer o campeonato e elevar os valores emocionais que podem fazer crescer a equipa. É óbvio que o Wisla está mais tranquilo. Se tivéssemos outra performance no campeonato, talvez houvesse mais expectativas.»
«Estrutura do Wisla é forte»
O treinador completará o número redondo de 50 jogos na Europa e sabe que joga forte nesta eliminatória, ainda que defenda, «não ser um jogo decisivo para o futuro da equipa». A presença nesta prova internacional pode dizer até que ponto está seguro no «banco» vitoriano, sim, porque pelo meio medirá forças com Belenenses e Marítimo. Um bom teste à sua margem de manobra e experiência em contraste com a falta de traquejo europeu da maioria dos futebolistas. «Interessa a vitória sem sofrer golos. É o ideal e temos de actuar muito concentrados», notou.
E com cada vez menos espaço para falhar, Jaime Pacheco planeia uma trama que visa contrariar o poderio do campeão polaco. «Vi três vídeos e o Wisla joga na matreirice e não arrisca tudo. Actuam com base na inteligência e, aparentemente, podem mais fortes do que nós psicologicamente. Temos de estar devidamente atentos ao contra-ataque. A sua estrutura é um dos pontos fortes, ainda que falte um ou outro jogado por castigo», completou.