Com um José Antonio Reyes endiabrado, o Benfica partiu para uma vitória confortável no Estádio do Bonfim que lhe permitiu gritar bem alto que ainda tem uma palavra a dizer até final da Liga, a quatro degraus do Sporting e a oito do F.C. Porto, ainda com quinze pontos em disputa. Com o mesmo onze que há uma semana perdeu diante da Académica na Luz, os encarnados entraram determinados e colocaram em evidência todas as fragilidades da equipa sadina que se foi afundando no Bonfim ao ritmo dos golos encarnados.
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Os primeiros minutos não permitiram adivinhar o que aí vinha, com um Vitória bem adiantado no terreno e um Benfica com dificuldades em sair a jogar, a perder muitas bolas nas transições defesa/ataque. Os sadinos tentavam explorar o lado esquerdo da defesa do Benfica, com Leandro Lima muito activo, mas nunca conseguiu criar perigo. Prova disso é que o primeiro remate da equipa do Bonfim ficou registado já em tempo de descontos do primeiro tempo, num pontapé de raiva de¿Hugo quando já pouco sobrava para se poder chamar uma equipa ao conjunto de Carlos Cardoso.
Tudo se precipitou quando o Benfica acertou agulhas e entornou o seu jogo para a direita onde, além do voluntarioso Maxi, estava um super-inspirado Reyes com apenas um adaptado Michel, sem pé esquerdo, pela frente. Maxi foi o primeiro a descobrir a via aberta na ala, com um pique de área a área a resultar no primeiro remate assinado por Ruben Amorim. O espanhol seguiu-lhe o rasto e deu início a um festival que viria a prolongar-se até ao final do primeiro tempo com três golos pelo meio. O primeiro a surgir precisamente numa arrancada em drible do espanhol a atrair toda a defesa sadina, antes de uma assistência subtil para Sindei cruzar e Nuno Gomes concluir de cabeça.
Fácil, simples e bonito. Um golo que desfez por completo a pouca consistência sadina que, dois minutos depois, consentiu novo golo, na sequência de um livre de Carlos Martins, que Cardozo concluiu sem oposição na área. Os minutos que se seguiram foram de verdadeiro terror para a equipa do Sado, completamente desorganizada e cada mais vulnerável. Uma lesão de Elias abria a porta a Carlos Cardoso para corrigir os erros de casting que eram por demais evidentes, mas o técnico deu um sinal de total descrença, lançando o júnior Moisés e deixando a linha defensiva, se isso se pode chamar, intacta. As oportunidades multiplicaram-se mas, até ao intervalo, apenas mais um golo, em tempo de descontos, em mais uma arrancada de Reyes e um pontapé seco de Cardozo.
A história do jogo estava praticamente escrita, até porque na segunda parte o Benfica levantou o pé e Quique, poucos minutos depois, poupou o protagonista Reyes para lançar Di Maria. O Vitória voltava a crescer e Cardoso lançava mais um júnior, Brigues de seu nome, para o lugar do lesionado Hugo. As bancadas do Bonfim voltaram a animar-se quando o jovem jogador, por sinal lateral de raiz, entrou na área e encheu o pé na que foi a melhor oportunidade da equipa da casa. Em ritmo de jogo-treino, o Benfica voltou a tirar proveito do desacerto da defesa sadina para Nuno Gomes imitar Cardoso e também bisar. Um golo que permitiu a Quique novas poupanças com as saídas de Carlos Martins e Aimar para as entradas de Katsouranis e Urreta.
Um resultado que permite ao Benfica reforçar o terceiro posto, ainda com o Sporting à vista, e deixa o Vitória, a perder há três jornadas, numa situação mais delicada, com apenas mais dois pontos sobre os lugares de despromoção.