Em dia do trabalhador, as estrelas meteram folga, mas o FC Porto continuou em festa, com mais um triunfo, que tornou-se mais fácil por um autogolo sadino. Quem dá tiros nos próprios pés está destinado a sofrer até ao fim, como parece ser o caso do Vitória: desperdiçou oportunidade de ouro para acabar com questões matemáticas de permanências na Liga.

Em abono sadino diga-se que o adversário era o menos desejado, até porque as segundas linhas azuis e brancas fazem inveja a muita gente. Ou mesmo a toda, nesta liga. Por exemplo, James Rodriguez. O «outro» colombiano, compatriota de Guarín e Falcao, aproveita cada minuto para crescer e pelo pé esquerdo do camisola 19 embalou o FC Porto para o 16º triunfo consecutivo no campeonato. É obra...

...de Villas-Boas, que não teve problemas em dar minutos a quem menos os tinha e deu descanso aos titulares para Villarreal. Saiu com algumas certezas, mesmo que o Vitória tenha dado um jeito. O resto foi mais champanhe, com Kieszek a sagrar-se campeão português. Era o jogador que faltava no plantel.

Valdomiro faz estragos

O Vitória tinha mais em jogo que o FC Porto neste encontro. Um triunfo sobre o novo campeão nacional fazia Naval e Portimonense descer de divisão. Os sadinos podiam, assim, garantir a permanência na Liga. Mas quem dá tiros nos pés, não pode, sequer, pensar em afundar ninguém. Sem nada se passar até ao então, Valdomiro fez um autogolo que deitou por terra a estratégia sadina. Estragos irreparáveis.

O FC Porto entrou invicto no Bonfim e apanhava-se a ganhar. Ora, para uma equipa com tantos pergaminhos bastou essa diferença para descansar sobre o resultado, até porque o adversário definia sempre mal. Os azuis e brancos deram espaço nas costas da defesa, mal aproveitados por um Vitória sempre demasiado ansioso em frente à área portista.

O Bonfim agitou-se mais por uma decisão do árbitro do que propriamente pelo perigo causado pela equipa da casa. Ali, naquele momento de contestação, Jaílson caiu na área de Beto, com Sereno nas costas, num lance que deixou dúvidas não só em relação à alegada falta, como à posição do avançado sadino. Tudo demasiado inconclusivo.

O FC Porto estava em ritmo de passeio no Bonfim. Com excepção de James. O colombiano tinha vontade em tudo o que fazia, rematava para defesa de Diego e depois cobrava um canto para Otamendi fazer o 2-0, diferença demasiado grande para o Vitória recuperar no segundo tempo.

Um penalty para a festa total

James Rodriguez mostrava que é menos suplente que os outros, num onze de Villas-Boas com apenas três/quatro habituais titulares (Maicon e Otamendi dividem dupla com Rolando). Os mesmos voltaram do descanso e Guarín quase fazia o golo habitual.

O colombiano do 6 na camisola atirou ao lado, mas pouco faltou para os adeptos portistas gritarem golo de novo. Antes, um corte de Ricardo Silva a evitar o golo. Prova de que o FC Porto jogava como queria no Bonfim e marcava conforme James oferecia: 3-0 no placard, com o colombiano a assistir Walter, que insiste em facturar quando tem tempo de jogo.

O «Bigorna» pode ter tido problemas de peso, mas continua a mostrar que tem golo. Eis outra certeza para Villas-Boas gerir, com geriu a saída de Guarín, outra figura do FC Porto que também merecia descanso.

Para a festa ser festa total, faltava o aniversariante da noite celebrar. Apoiado pela bancada, e antes de ser substituído por Kieszek, Beto defendeu grande penalidade de Pitbull e ouviu os «Parabéns» dos adeptos.

Na verdade, toda a equipa os mereceu, porque no dia de folga das estrelas, teve o brilho que os campeões devem ter sempre: mostrar serviço até final (Varela ainda fez o quarto) e não olhar para outras lutas no fundo da tabela, como a que o Vitória vai ter até acabar esta Liga.