O Olhanense virou o marcador no Bonfim e subiu ao sétimo lugar da Liga, ali bem ao lado do sexto, o objectivo do novo treinador Sérgio Conceição para esta tarde. Foi a segunda vitória dos algarvios em três jogos seguidos a pontuar e a primeira fora, por oposição às três derrotas consecutivas do Vitória, que não vence desde 30 de Setembro. Os sadinos estiveram a vencer por 2-0, mas terminaram o desafio no último lugar do campeonato. Os adeptos não gostaram.

Quatro golos em 28 minutos, 100 por cento de eficácia nas únicas oportunidades criadas na primeira meia hora de jogo. O Olhanense respondeu positivamente ao arranque avassalador do Vitória e que pareceu bom de mais para ser verdade. Assim se confirmaria, sobretudo pela determinação de Yontcha, que salvou uma má aposta de Sérgio Conceição em Toy.



O avançado cabo-verdiano rendeu o castigado Salvador Agra, mas não podia ter entrado pior no desafio. Toy derrubou João Silva onde não podia e logo aos quatro minutos empurrou o adversário para a frente do marcador. Carlos Xistra não hesitou em assinalar o castigo máximo e Meyong converteu.

Se estar a perder por 1-0 aos quatro minutos era mau, sofrer novo desaire aos nove parecia uma catástrofe, mas foi mesmo isso que aconteceu. Mais uma falta de Toy, agora sobre Neca, deu origem a um livre directo que terminou no fundo da baliza de Fabiano. Marcou Kiko, cabeceou Fernando Alexandre, traindo o próprio guarda-redes.

O início fantástico do Vitória confortava a alma dos adeptos, há muito ansiosa por festejar, mas aos nove minutos nada está resolvido. Os sadinos baixaram a guarda e permitiram-se um ressalto de bola que daria origem ao primeiro golo do Olhanense. Yontcha aproveitou e, com tempo e espaço, bateu Diego com um remate cruzado aos 23 minutos.

O guarda-redes brasileiro foi substituído no minuto seguinte por Ricardo, que se estreou na Liga, num regresso quase cinco anos depois. O ex-internacional português ainda se estava a ambientar ao espaço, quando sofreu o empate. Um bis de Yontcha, após assistência de Rui Duarte, estavam decorridos 28 minutos.

Foi o aproveitamento máximo das únicas oportunidades criadas, mas o melhor futebol jogou-se sem a festa dos golos, nos últimos minutos da primeira parte. Ricardo, aos 37 minutos, negou o golo a Toy com uma boa defesa (que se revelaria a única), e logo de seguida Yontcha esteve à beira do «hat-trick», mas atirou ao lado.

Seguiu-se o Vitória, com Fabiano a desviar um remate de Ricardo Silva ao primeiro poste e, depois, já nos descontos, Ismaily a salvar sobre a linha uma jogada fantástica de Kiko.

Garantia de Ismaily

Depois de uma primeira parte feita de momentos e pouco futebol, seguiu-se uma segunda com maior domínio do Olhanense, um pouco mais inconformado com o empate.

Miguelito, logo aos 50 minutos, salvou sobre a linha um cabeceamento de Maurício, adiando um desfecho que se revelaria inevitável.

Os treinadores mexeram, tanto Bruno Ribeiro como Sérgio Conceição optaram por não arriscar, refrescando apenas os sectores, mas a sorte esteve do lado dos visitantes.

Miguelito, aos 75 minutos, adiou uma vez mais a derrota, desta feita a desviar sobre a linha de golo um remate de Wilson Eduardo, mas a entrada de Vasco Fernandes terminaria na reviravolta algarvia.

O defesa português conseguiu um cruzamento sobre a linha de fundo para a área, onde Ismaily não desperdiçou a oportunidade de assinar o golo da vitória, tal como na primeira parte impediu que o Vitória marcasse.

Excelente a atitude do Olhanense perante a adversidade, mau o contentamento do Vitória com a facilidade.