Inacreditável a sequência do marcador no Bonfim. O Vitória entrou a ganhar, com um grande penalidade no primeiro minuto e a jogar contra dez, com a expulsão do regressado Carlos, mas permitiu que o Rio Ave chegasse ao empate antes do intervalo e virasse o resultado na segunda parte. Neca, na marcação de um livre directo, evitou a derrota (2-2), mas a equipa de Manuel Fernandes acabou o jogo reduzida a nove. Tudo isto com Jorge Jesus na bancada a preparar a visita ao Bonfim marcada para o próximo fim-de-semana.
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Manuel Fernandes não podia ter pedido melhor início de jogo. O Vitória entrou praticamente a ganhar. Logo no pontapé de saída, Neca lançou Keita com um passe em profundidade, Carlos atrapalhou-se, falhou a intercepção da bola e atirou-se ao avançado. Depois de quase um mês ao serviço da selecção de Angola, o guarda-redes do Rio Ave não esteve mais de um minuto em campo. Kazmierczack colocou o Vitória em vantagem, já com Mora na baliza. Carlos Brito viu-se, assim, obrigado a prescindir de um dos avançados, retirando profundidade ao futebol dos visitantes.
Um «brinde» inesperado para os sadinos que, depois, não fizeram muito para o rentabilizar. Com um meio-campo musculado com Sandro, Djikiné e Kaz, o Vitória deixou-se estar sobre o seu meio-campo, insistindo nos passes em profundidade para Keita. O Rio Ave, por seu lado, também não pressionava muito, com Chidi demasiado encostado à linha e com um Bruno Gama muito batalhador, mas sem apoio dos companheiros.
A primeira parte arrastava-se, assim, sem grandes motivos de interesse, com um Vitória acomodado e um Rio Ave que não incomodava. Mas já em tempo de descontos, Bruno Gama arrancou um livre à entrada da área, muito contestado pelos sadinos, pelo apito tardio de André Gralha. Fábio Faria atirou colocado por cima da barreira, Mário Felgueiras ainda desviou para o poste, mas Chidi, mais rápido do que a defesa sadina, emendou para as redes. Um golo que só podia fazer bem ao jogo, uma vez que agora o Vitória estava novamente obrigado a jogar à bola.
Mais um brinde
Os dois treinadores acreditaram que podiam conseguir melhor. Manuel Fernandes prescindiu de Sandro para lançar Luís Carlos no apoio ao ataque, enquanto Carlos Brito trocou Tarantino por Wires. O Vitória entrou mais forte, agora com Neca sobre a esquerda e Hélder Barbosa no lado contrário, no apoio directo a Keita, ainda com Luís Carlos solto na zona central. Os sadinos aumentavam o ritmo de jogo, procurando recuperar a vantagem perdida no marcador, mas que se mantinha em campo. Mas pela frente encontram sempre uma defesa bem organizada, que não cedia espaços. Foi então que surgiu o segundo «brinde» da tarde, com o Vitória a devolver o presente ao Rio Ave. André Pinto cortou uma bola com a mão na área e viu o segundo cartão amarelo. Mário Felgueiras ainda defendeu a grande penalidade de Wires, mas a defesa sadina voltou a esquecer-se de Chidi.
Carlos Brito alargava o sorriso, mas não por muito tempo. Na marcação de um livre directo, Neca devolveu a festa às bancadas do Bonfim, restabelecendo o empate com um pontapé bem medido. O Vitória voltava a pressionar, mas acabaria por sofrer novo revés. Bruno Gama, em contra-ataque, fugiu a toda a gente e foi derrubado por Ney que viu o segundo amarelo. O Vitória, que começou o jogo em vantagem, acabava reduzido a nove. Até final qualquer uma das equipas podia ter reclamado os três pontos. Fábio Faria quase que marcou num livre directo, mas Keita também podia ter fechado o jogo com um golo num rápido contra-ataque.
O Vitória, apesar de tudo, soma o quarto jogo a pontuar, enquanto o Rio quera uma série negra de derrotas.